Pelo menos 20 civis morreram e “dezenas” ficaram feridos nesta terça-feira depois que os combates entre o Exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) se intensificaram em várias cidades vizinhas à capital do país, segundo disse à EFE o porta-voz do Crescente Vermelho em Cartum, Abu Bakr.
De acordo com esse porta-voz, só hoje morreram “cerca de 14 pessoas” na localidade de Um Durman, vizinha a Cartum, devido a “bombardeios recíprocos” entre as partes em conflito desde 15 de abril.
Da mesma forma, “outras seis foram mortas em Cartum Norte, no Leste do Nilo e no sul de Cartum por disparos de projéteis, mísseis e incursões aéreas”, detalhou Abu Bakr.
Após a intensificação dos combates na capital, no quadro de uma campanha em grande escala para tomar o controle das áreas mais importantes do país, os comitês de emergência estimularam a população a doar sangue no hospital Al Nau em Um Durman, para onde foram levados mais de 15 feridos em estado grave.
Testemunhas informaram à EFE que uma força do Exército conseguiu chegar pela primeira vez a um bairro que liga Um Durman a Cartum Norte, até agora controlado pelas FAR e que é de vital importância para os paramilitares por ser uma de suas principais rotas de abastecimento.
Grandes colunas de fumaça se ergueram sobre um mercado popular e ao redor do quartel-general da polícia em Um Durman, onde os combates são mais intensos.
O aumento da violência nessas cidades obrigou um grande número de civis a fugir para o norte do país, segundo testemunhas.
Por sua vez, as FAR afirmaram em comunicado que mataram 174 soldados do Exército, feriram mais de 300 e capturaram 83 em Um Durman, uma alegação que as Forças Armadas desmentiram em outra nota.
O conflito no Sudão estourou no último dia 15 de abril depois que as FAR se rebelaram contra o Exército em meio a divergências para unificar suas forças.
Até agora, a guerra já causou mais de 1.200 mortes, segundo a ONU, embora estimativas de outras organizações indiquem que o número real pode estar em torno de 4.000. /EFE
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