NAUFALIYA - Os enfrentamentos esporádicos entre aliados do ditador líbio Muamar Kadafi e os rebeldes continuam ao leste de Sirte, apesar da prorrogação do ultimato anunciada pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), disseram à Agência Efe rebeldes líbios.
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Um miliciano rebelde disse à Efe em Naufaliya, último posto rebelde antes de Sirte, cidade natal do foragido Kadafi e ainda em mãos de seus fiéis, que na quinta-feira à noite um "guerrilheiro combatente" morreu e vários ficaram feridos em um choque ocorrido em uma região 13 quilômetros ao oeste.
Por "motivos de segurança", os rebeldes só deixam a imprensa avançar até 3 quilômetros além de Naufaliya, cerca de 130 quilômetros ao leste de Sirte, e bastião mais importante onde estão abrigadas forças de Kadafi.
"O CNT nos disse que temos de esperar aqui durante uma semana e não atacar, mas se os homens de Kadafi vierem, certamente, iremos nos defender", disse o miliciano rebelde, de 42 anos e que se manifesta a favor de um final negociado.
"Queremos que as negociações tenham êxito porque não queremos mais derramamento de sangue, desejamos uma solução tranquila. O povo de Sirte é nosso irmão", informa.
O miliciano rebelde explica que há cerca de 20 mil rebeldes a postos ao redor de Sirte, para enfrentar os cerca de 8 mil apoiadores de Kadafi, que segundo suas estimativas, se encontram dentro da cidade.
O CNT ampliou na quinta-feira em mais uma semana o ultimato dado em princípio até sábado, às forças fiéis a Kadafi para que deixem suas armas, ao que Kadafi respondeu convocando seus seguidores a continuar a luta.
Confrontos isolados também ocorreram a cem quilômetros ao leste de Sirte. No caminho a Naufaliya, onde os sinais dos combates não são perceptíveis, além de alguns veículos carbonizados à margem da estrada, inúmeros rebeldes retornavam da frente em caminhonetes, em direção a Brega e Ras Lanuf.
Aproveitando a prorrogação do ultimato oferecida pelo CNT e coincidindo com o qual nesta sexta-feira na Líbia é o último dia da festa do Aid, que marca o final do mês do Ramadã, os rebeldes desejam pelo menos um dia de descanso.