THE NEW YORK TIMES - A corrida desesperada para resgatar sobreviventes presos sob os escombros do teatro de Mariupol foi dificultada neste sábado, 19, quando embates nas ruas da cidade e novos disparos de artilharia russa voltaram a atingir a cidade.
O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira, 18, que estava “apertando o laço” em torno da cidade. O governo ucraniano disse que suas forças estavam desarmadas, que as tentativas de fornecer apoio aéreo falharam e que havia “temporariamente” perdido contato com autoridades em Mariupol.
No entanto, as forças ucranianas que defendem a cidade se recusaram a se render, mesmo quando combates de rua e com tanques foram relatados no que resta do centro da cidade.
Autoridades locais contabilizaram mais de 2.500 mortes no cerco de Mariupol, embora o número real não possa ser contado por causa dos bombardeios.
Cerca de 9 mil pessoas escaparam da cidade nos últimos dias, disse o presidente ucraniano Volodmir Zelenski, em um discurso à nação. Porém, centenas de milhares continuam presos sem aquecimento entre os prédios bombardeados. As estradas em torno da cidade estão minadas e o porto está bloqueado.
O ataque ao teatro em Mariupol, que ocorreu na última quarta-feira, 16, se tornou um marco da guerra de como os civis estão sendo atacados. Dezenas de escolas, hospitais e prédios residenciais foram destruídos pelos bombardeios russos.
O teatro foi anunciado como um refúgio para as famílias, com imagens de satélite mostrando a palavra “crianças” escrita no chão do lado de fora de uma maneira visível para qualquer avião que sobrevoasse.
Acredita-se que cerca de 1.300 pessoas estavam abrigadas no teatro. Autoridades ucranianas disseram na sexta-feira, 18, que 130 pessoas foram resgatadas.
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