A noite de comemoração do Dia da Bastilha, na França, celebrada na sexta-feira, 14, terminou com ao menos 96 pessoas detidas. Apesar disso, a noite de festa, que aconteceu em meio a tensões no País após a morte de um adolescente por um tiro da polícia, registrou muito menos incidentes em comparação ao ano passado, a exemplo dos 255 de veículos incendiados — 40% a menos do que em 2022.
Este ano, as comemorações que marcam o início da Revolução Francesa em 14 de julho de 1789 ocorrem após a mais grave violência urbana do país em quase 20 anos, após a morte de um adolescente com raízes norte-africanas pela polícia, que expôs a raiva desigualdade arraigada e discriminação racial.
Diante do risco de ocorrência de um novo surto como os tumultos que duraram uma semana desde o dia 27 de junho, o governo francês colocou uma mobilização massiva de agentes para o feriado nacional de 14 de julho, com 130 mil policiais em ação em todo o País. As tradicionais exibições de fogos de artifício foram proibidas em algumas cidades, e bondes e ônibus pararam após o anoitecer em toda a França.
Cinquenta e um episódios em que fogos de artifício foram usados contra a aplicação da lei foram registrados, em comparação com 333 no ano anterior. Desde 27 de junho o início dos motins, a polícia havia requisitado cerca de 165 mil morteiros, os fogos de artifício mais temidos nesses ataques.
Caças e helicópteros militares sobrevoaram na sexta-feira o local onde Nahel Merzouk, de 17 anos, foi morto no mês passado, na Praça Nelson Mandela, no subúrbio parisiense de Nanterre, a caminho do Arco do Triunfo. As ruas de Nanterre estavam excepcionalmente silenciosas enquanto os moradores locais se reuniam para assistir ao sobrevôo.
A apenas alguns quilômetros de distância, multidões se aglomeraram na Champs-Elysées para assistir ao desfile anual, que incluiu 6,5 mil pessoas marchando, 94 aviões e helicópteros, 219 veículos terrestres, 200 cavalos e 86 cães este ano./Com EFE e AP.
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