Como funciona a eleição no Reino Unido? Quem está concorrendo? Entenda votação marcada para 4 julho

Primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou data para processo eleitoral meses antes do que era esperado; questões como migração, meio ambiente e sistema público de saúde estão em jogo

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Por Danica Kirka (Associated Press)
Atualização:

A primeira eleição do Reino Unido em cinco anos parecem ser uma batalha pela alma do país, com algums falando que representa uma ameaça existencial ao Partido Conservador, que está no governo desde 2010.

Os conservadores de centro-direita assumiram o poder durante o auge da crise financeira global e venceram mais duas eleições desde então. Mas estes 14 anos foram preenchidos por desafios e controvérsias, tornando os conservadores alvos fáceis para a crítica na direita e na esquerda.

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O Partido Trabalhista, que se inclina para a esquerda, encara seus próprios desafios para se livrar da reputação de gastos irresponsáveis e provar que tem um planto para governar.

Os dois partidos estão sendo dilacerados pelo conflito no Oriente Médio, com os conservadores enfrentando acusações de islamofobia e os trabalhistas lutando para se distanciarem do antissemitismo que se inflamou sob o antigo líder Jeremy Corbyn.

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Aqui está uma visão geral sobre as eleições que se aproximam e suas principais questões.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou nesta quarta-feira, 22, eleições antecipadas no país, marcadas para 4 de julho. Foto: Kin Cheung/AP

Quando é a eleição no Reino Unido?

O primeiro-ministro Rishi Sunak definiu 4 de julho como a data para eleições, meses antes do que era esperado. Ele tinha até dezembro para convocar uma eleição que poderia acontecer até 28 de janeiro de 2025.

O momento da eleição é determinado pelo cálculo do primeiro-ministro da data mais vantajosa para os conservadores no poder. Era esperado que isso acontecesse no outuno europeu, quando um se esperava que diversos fatores econômicos tivessem melhorado suas chances, afirmou o Institute for Government, um think thank com sede em Londres.

Mas notícias econômicas favoráveis na quarta-feira, 22, com a inflação caindo para 2,3%, mudaram a narrativa.

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Como a votação funciona?

Pessoas de todo o Reino Unido irão escolher todos os 650 membros da Câmara dos Comuns para um mandato de até cinco anos. O partido que obtiver a maioria na Câmara Comuns, seja sozinho ou em coligação, irá formar o próximo governo e seu líder será o primeiro-ministro.

Isso significa que os resultados irão determinar o direcionamento político do governo, que tem sido comandado por conservadores de centro-direita pelos últimos 14 anos. O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, é amplamente considerado como estando na posição mais forte.

Quem está concorrendo?

Sunank, um antigo chefe do Tesouro que é primeiro-ministro desde outubro de 2022, deverá liderar seu partido na eleição. Seu oponente primário será Keir Starmer, ex-diretor do Ministério Público na Inglaterra e líder do Partido Trabalhista desde abril de 2020

Mas outros partidos, alguns deles com forte apoio regional, poderiam ser crucial para formar um governo de coligação se nenhum vencer com maioria absoluta.

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O Partido Nacional Escocês, que faz campanha pela independência da Escócia, os Liberais Democratas e o Partido Unionista Democrático, que procura manter os laços entre o Reino Unido e a Irlanda do Norte, são atualmente os três maiores partidos no Parlamento, depois dos Conservadores e dos Trabalhistas. Muitos observadores sugerem que o novo Partido Reformista, formado por rebeldes Conservadores, poderá desviar votos dos Conservadores.

Quais são as grandes questões em jogo?

Econonomia: o Reino Unido tem lidado com inflação alta e crescimento econômico lento, que, juntos, contribuíram para fazer que a população se sinta mais pobre. Os Conservadores conseguiram cumprir o seu objetivo de reduzir para metade a inflação, que atingiu o pico de 11,1% em outubro de 2022, mas a economia entrou em uma recessão técnica nos últimos seis meses de 2023, despertando questões sobre as políticas econômicas do governo.

Imigração: milhares de requerentes de asilo e migrantes econômicos atravessaram o Canal da Mancha em frágeis botes infláveis nos últimos anos, aumentando preocupações de que o governo havia perdido o controle de suas fronteiras. A política de assinatura dos Conservadores para barrar os barcos é um plano para deportar alguns destes migrantes para o Ruanda. Os críticos dizem que o plano viola o direito internacional, é desumano e não fará nada para impedir as pessoas de fugirem da guerra, da agitação e da fome.

Cuidados de Saúde: o Serviço Nacional de Saúde Britânico, que fornece serviços de saúde gratuitos para todos, está atormentado por longas filhas para tudo, de atendimento odontológico a tratamento de câncer. Jornais estão cheios de histórias sobre pacientes gravemente doentes forçados a esperar por horas em uma ambulância, e depois mais tempo ainda por uma cama de hospital.

Meio Ambiente: Sunak voltou atrás em uma série de compromissos ambientais, adiando o prazo para encerrar a venda de carros movidos a gasolina e diesel e autorizando novas perfurações de petróleo no Mar do Norte. Os críticos dizem que estas são as políticas erradas em um momento em que o mundo tenta combater as mudanças climáticas.

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