A pandemia do coronavírus afetou até esta quinta-feira, 12, mais de 126 mil pessoas pelo mundo, matou 4.647, cancelou centenas de voos, causou prejuízos gigantescos nos mercados financeiros, esvaziou prateleiras de supermercados e mudou a rotina de milhares de pessoas. E também impacta a disputa pela Casa Branca.
Enquanto lutam nas primárias para obter os votos dos delegados do Partido Democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders tiveram de cancelar ou suspender eventos com grande número de pessoas. Em situações assim, os candidatos aproveitam para arrecadar fundos decisivos para o sucesso de suas campanhas eleitorais.
Caso a crise do coronavírus persista e desacelere a economia dos Estados Unidos, as doações para a campanha democrata e republicana, de Donald Trump, também cairão, já que a disposição dos doadores tende a diminuir. Nesse contexto, se os americanos perceberem que a economia não está tão boa quanto o presidente costuma defender em seus discursos, um dos pilares de sua estratégia de campanha estará fragilizado.
Segundo pesquisas recentes da Gallup, a economia é o tema que mais motiva os americanos a irem às urnas. Nesta semana, Trump anunciou a suspensão por 30 dias de viagens provenientes da Europa, medida que trará impactos consideráveis à economia americana.
Até mesmo o debate presidencial do próximo domingo, 15, foi remanejado. Ele seria realizado no Estado de Arizona, mas devido à orientação de evitar grande circulação de pessoas, será na sede da CNN em Washington.
A forma como os Estados Unidos e outros países lidarão com a crise também já é pauta entre eleitores. Nos últimos dias, Trump tem criticado a forma como a União Europeia lidou com a pandemia e tratou o caso como um problema do exterior. Agora, também já afeta os EUA. Caso uma parte do eleitorado prefira a abordagem de Joe Biden ou de Bernie Sanders em uma eventual agravação da crise, o apoio a Trump pode se ver diminuído.
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