Como o Estado Islâmico se reagrupou na Somália, ganhou força e tem ambições globais

Braço somali se tornou o novo centro operacional e financeiro do EI; luta para conter essa ameaça crescente cabe agora às forças na Puntlândia, uma região remota e semiautônoma em um dos países mais pobres e fracos do mundo

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Por Katharine Houreld (The Washington Post)

BALIDHIDIN — O combatente morto do Estado Islâmico estava esparramado na cordilheira, manchas de sangue escurecendo ao sol, enquanto uma linha de soldados somalis fortemente armados serpenteava montanha abaixo até uma caverna fortificada, seus uniformes camuflados marcando uma nova linha de frente na luta contra o grupo terrorista global.

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O braço somali se tornou o novo centro operacional e financeiro do Estado Islâmico, de acordo com o Comando Africano dos EUA (Africom), e autoridades locais estimam que haja cerca de mil militantes sob seu comando. Um grande número de combatentes estrangeiros fluiu para a Somália, estabelecendo uma força formidável que agora ameaça alvos ocidentais. O grupo também se tornou uma fonte importante de financiamento para outros afiliados do Estado Islâmico ao redor do mundo, que mataram milhares de pessoas, incluindo soldados dos Estados Unidos, de acordo com investigadores da ONU.

A luta para conter essa ameaça crescente cabe agora às forças na Puntlândia, uma região remota e semiautônoma em um dos países mais pobres e fracos do mundo. Os soldados da Puntlândia agora estão presos em uma luta exaustiva — uma luta com grandes implicações internacionais, mas sem apoio ocidental.

Soldados de Puntland reunidos em 25 de janeiro perto de uma caverna onde os combatentes do Estado Islâmico viveram até serem expulsos. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Transcorrido mais de um mês em sua maior ofensiva contra o grupo, autoridades da Puntlândia dizem que recapturaram cerca de 50 postos avançados e pequenas bases do Estado Islâmico e mataram mais de 150 combatentes, quase todos estrangeiros. Mas o número de vítimas do lado deles também está aumentando, e há temores aqui em relação a quanto tempo mais eles podem sustentar a luta.

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Repórteres do Washington Post visitaram o campo de batalha em constante expansão na Puntlândia, incluindo cavernas do Estado Islâmico recentemente descobertas; falaram com desertores presos que disseram ter sido forçados a se juntar ao grupo; entrevistaram autoridades somalis e americanas; e revisaram evidências coletadas de telefones e drones capturados. O que surge é o relato mais completo até o momento de como o Estado Islâmico conseguiu se reagrupar aqui na década mais recente após perder seu autodeclarado califado no Oriente Médio.

Em 1º de fevereiro, o presidente americano Donald Trump ordenou o primeiro ataque aéreo de sua presidência, contra comandantes seniores do Estado Islâmico no norte da Somália. Um oficial de inteligência dos EUA, falando como outros nesta reportagem sob condição de anonimato para discutir assuntos delicados, disse que o ataque teve como alvo uma célula responsável pelo planejamento de ataques externos, incluindo contra interesses americanos e seus aliados.

Além do ataque, o governo Trump não detalhou seus planos para a Somália. O Africom disse que não poderia comentar políticas futuras.

Por décadas, Washington tentou apoiar o governo em Mogadíscio, mas a Somália continua sendo um estado fragmentado. Divisões políticas dificultaram a luta para recuperar faixas do sul controladas pelo grupo militante alinhado à Al-Qaeda, Al-Shabab, e, mais recentemente, permitiram que o Estado Islâmico estabelecesse uma posição no norte.

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O Estado Islâmico na Somália se separou da al-Shabab em 2015; seu líder sigiloso, de barba pintada, Abdulqadir Mumin, é agora o califa global do Estado Islâmico, dizem os militares dos EUA. Ao contrário de seus rivais na al-Shabab, o Estado Islâmico não se concentrou em conquistar territórios na Somália; suas aspirações são maiores. Enterrado nas montanhas Miskad, na ponta do Chifre da África, a organização construiu um centro internacional de terrorismo.

Em seus primeiros dias, o braço somali recebeu dinheiro do Iraque e da Síria, mas logo encontrou suas próprias fontes de receita, arrecadando milhões de dólares a cada ano com a extorsão de empresas locais. Aqueles que resistiram foram atacados com bombas incendiárias.

Soldados das Forças de Defesa de Puntland em um antigo reduto do Estado Islâmico que eles retomaram na linha de frente. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Em pouco tempo, al-Karrar, o escritório financeiro regional do grupo, havia estabelecido um centro nervoso, canalizando dinheiro para militantes em várias regiões, em países que vão da Turquia à África do Sul, de acordo com autoridades dos EUA e investigadores das Nações Unidas. Um ataque de janeiro de 2023 das Forças Especiais dos EUA em um complexo de cavernas no norte da Somália matou Bilal al-Sudani, financiador do Estado Islâmico. Ele havia enviado dinheiro para o Estado Islâmico de Khorasan, o braço afegão responsável pelo atentado ao aeroporto de Cabul em 2021 que matou 13 soldados americanos e pelo menos 170 afegãos.

O Estado Islâmico também se tornou uma força de combate mais sofisticada, empregando drones suicidas, atiradores de longa distância e bombas. No ano passado, seus combatentes derrotaram o al-Shabab após mais de um ano de batalha sangrenta, expandindo enormemente seu território na Puntlândia.

A nova ofensiva militar, planejada por meses e lançada em 2 de janeiro, foi adiada enquanto a Puntlândia tentava negociar apoio de parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos. Mas a transição política em Washington prejudicou as negociações, de acordo com autoridades de segurança da Puntlândia, e a pausa de Trump no financiamento estrangeiro as complicou ainda mais.

Um funcionário do Africom disse que o Pentágono estava monitorando a operação, mas não estava fornecendo nenhum suporte. Puntlândia diz que tampouco recebe ajuda do estado somali, que é o principal ponto de contato do Africom.

Isolada, mas determinada, Puntlândia elaborou planos para perseguir os militantes em seus redutos nas montanhas. Mas o Estado Islâmico atacou primeiro.

Nas primeiras horas da véspera de Ano Novo, a filial somali enviou 12 homens-bomba para a cidade de Dharjaale. Seus alvos eram veículos militares, e eles explodiram um conjunto de casas próximas onde as principais figuras militares e políticas estavam descansando.

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Um homem senta-se sobre os destroços de um ataque de véspera de Ano Novo pelo Estado Islâmico que envolveu 12 homens-bomba. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post
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“Nossos homens no caminhão — só encontramos seus ossos”, disse Mohamed Abdulhakim Salad, que testemunhou o ataque.

Nenhum dos atacantes era somali. Havia quatro tanzanianos, dois marroquinos e dois sauditas, além de um etíope, um líbio, um tunisiano e um iemenita, disse o Estado Islâmico em um comunicado. O Post cruzou seus retratos com fotos dos mortos no local. O tunisiano, conhecido como Abu Zubayr al-Tunisi, liderou anteriormente uma unidade que atacou a polícia no Iraque antes de retornar para casa para atacar as forças tunisianas, disse Mohamed Mubarak, chefe do escritório de coordenação de segurança da Puntlândia, citando informações de seus colegas em Túnis.

Autoridades aqui dizem que foi o primeiro atentado suicida realizado por estrangeiros. Um agressor ferido, implorando por misericórdia, esperou até que nove soldados estivessem ao seu redor antes de explodir a si mesmo, disseram testemunhas.

Soldados retornam à sua base operacional avançada. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Em janeiro, as tropas disseram ter matado uma mulher que atirou em dois soldados — a primeira vez que uma combatente feminina de um grupo islâmico foi vista na Somália.

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“Não fizemos muitos prisioneiros”, disse Mubarak severamente, citando outros incidentes em que o Estado Islâmico plantou bombas em combatentes mortos ou usou seus próprios feridos para armar emboscadas. Equipes de explosivos sobrecarregadas raramente têm tempo para desarmar e examinar coletes suicidas ou laboratórios de fabricação de bombas, disse Mubarak. A unidade de 30 homens perdeu 27 membros nos cinco anos mais recentes, geralmente em assassinatos seletivos.

Soldados e comboios de logística da Puntlândia foram alvos de drones dezenas de vezes, uma tática comumente usada por militantes na Síria e no Iraque, mas nova na Somália.

Imagens de drones capturados compartilhadas com o Post mostraram que alguns estavam equipados com câmeras de imagem térmica, permitindo ataques noturnos. Um modelo foi identificado pela empresa de gerenciamento de risco Vates Somalia como sendo vendido por mais de US$ 9 mil.

Um prisioneiro acusado de trabalhar com o Estado Islâmico, com o rosto coberto durante uma mudança entre os prédios da prisão em Garowe, capital de Puntland, em 23 de janeiro. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Os drones caros podem transportar e liberar até quatro munições separadas. Versões mais baratas autodetonantes explodem chocando-se contra caminhões, caminhões-tanque ou multidões de tropas. O soldado ferido Abdiqani Muse Warsame, se recuperando no hospital após um ataque recente, disse que drones atacaram repetidamente sua unidade à noite.

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“Temos apenas nossas armas para atirar neles a olho nu”, disse ele.

As prisões da Puntlândia têm mais de uma dúzia de homens que afirmam ter sido enganados para se juntar ao Estado Islâmico. Algumas de suas alegações — como a de um iemenita pego durante uma tentativa frustrada de explodir um posto de controle policial na cidade portuária de Bosaso algumas noites antes — não faziam sentido.

“Eu estava em uma briga de faca”, ele disse mal-humorado, apesar dos ferimentos de estilhaços em seu rosto e corpo e das evidências confiscadas espalhadas pela mesa: uma pistola, pequenos explosivos improvisados e uma constelação de cartões SIM que incluíam um telefone via satélite Thuraya e números de Omã e Arábia Saudita.

Também estão sob custódia seis marroquinos, que dizem ter sido recrutados em 2023 na cidade de Fez. Eles descreveram uma jornada elaborada: dirigindo por terra por vários países, voando para Addis Ababa e se esgueirando pela fronteira da Etiópia com a Somália. Eles viajaram pelas montanhas por dias, disseram, muitas vezes na companhia de outros estrangeiros, incluindo homens da Arábia Saudita, Tunísia, Sudão e Etiópia.

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[INFOGRAFIA]

Eles juraram que tinham recebido promessas de emprego e ficaram chocados quando foram subitamente cercados por homens armados. Eles disseram que foram levados para uma grande caverna que funcionava como uma área de recepção antes de serem divididos em grupos menores. Os instrutores usavam máscaras em geral, eles disseram, mas não pareciam ser somalis.

“Treinamos com Kalashnikovs, em um grupo de cerca de 30 pessoas — argelinos, marroquinos, tunisianos, somalis e dois palestinos”, disse um dos marroquinos. Como outros prisioneiros, ele falou sob condição de anonimato por medo de represálias.

“Eles nos usaram como escravos, cavando cavernas e trazendo água”, disse um terceiro prisioneiro, que disse ter se juntado a um grupo de cerca de 80 homens ao chegar na região. “Eles costumavam falar em jihad, mas na maioria das vezes estávamos cansados demais para ouvir”, disse ele.

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Os marroquinos foram recrutados online e pessoalmente. Todos tinham habilidades específicas. Um tinha um negócio de eletrônicos; outro vendia telefones e consertava carros; havia um carpinteiro, um advogado e um fazendeiro de alfafa. Todos disseram que fugiram furtivamente do grupo e se renderam às autoridades locais, relatos corroborados por autoridades da Puntlândia.

Prisioneiros em Garowe Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

“Tínhamos que descarregar comida dos camelos e levá-la para as montanhas”, disse um prisioneiro. “Fiquei com medo porque havia quatro guardas com óculos de visão noturna.” Naquela noite, ele e um companheiro fugiram, ele disse, correndo pelo deserto até desmaiar.

Um jovem prisioneiro etíope disse que tinha apenas 15 anos quando ele e dois outros jovens amigos deixaram a região de Oromia, atingida pela seca e dilacerada por uma insurgência sangrenta. Eles se esgueiraram para as montanhas do norte da Somália há dois anos, ele disse, na esperança de encontrar empregos no Oriente Médio.

Um homem do Marrocos acusado de trabalhar com o Estado Islâmico, em uma prisão em Garowe. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Mas eles foram interceptados pelo Estado Islâmico, ele disse, e um imã de língua Oromo tentou persuadi-los a se tornarem combatentes. O jovem etíope disse que acabou sendo treinado e enviado para um posto avançado para lutar contra o al-Shabab, onde secretamente armazenou mantimentos e depois desertou.

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Três homens tanzanianos, trazidos vendados de uma instalação de inteligência e piscando os olhos diante da luz fluorescente, disseram que foram enganados para se juntar ao Estado Islâmico nos 18 meses mais recentes. Cada um disse que conseguia identificar os homens que os recrutaram prometendo empregos, todos conectados ao mesmo mercado de peixes em Zanzibar.

“No primeiro dia, fomos informados sobre as regras — nada de falar, nada de telefones, nada de cores brilhantes para evitar os drones”, disse um dos homens.

Um oficial de inteligência da Puntlândia explicou como os recrutas foram procurados em ondas. Imigrantes Oromo pobres que esperavam ser contrabandeados para o Oriente Médio foram caçados cedo para aumentar a mão de obra, disse ele, e muitos foram de fato recrutados contra sua vontade.

Um soldado olha através de binóculos para assistir a luta do outro lado do vale. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

Um recrutamento mais direcionado começou em 2022, quando o Estado Islâmico procurou homens com conjuntos de habilidades específicas, disse o oficial de inteligência, como sírios e tunisianos com experiência no uso de drones e na fabricação de bombas.

Em 2020, meses após perder seu último território no Oriente Médio, o Estado Islâmico reestruturou suas operações africanas, colocando afiliados em Cabo Delgado, em Moçambique, e no leste da República Democrática do Congo sob al-Karrar, o centro financeiro somali. Ambos os grupos, que receberam financiamento da filial somali, massacraram milhares de civis.

A condenação em 2021 de um financiador do Estado Islâmico em Mogadíscio rastreou US$ 400 mil enviados da Puntlândia para Uganda, África do Sul e Congo. Os fundos também foram enviados da África do Sul para Moçambique, Emirados Árabes Unidos, Tanzânia, Moçambique e Quênia, de acordo com uma pesquisa da Bridgeway Foundation, um grupo sediado no Texas focado em conflitos globais.

No centro de uma rede financeira internacional, o Estado Islâmico na Somália se entrincheirou em um dos lugares mais hostis e inóspitos do mundo. A vegetação rasteira coberta de pedras frequentemente força os caminhões a seguir trilhas em fila única — um presente para os fabricantes de bombas de beira de estrada, que mataram muitos soldados e abriram crateras profundas nos caminhos.

Visitando posições recentemente capturadas com as forças da Puntlândia, os repórteres do Post viram o que parecia ser uma oficina mecânica. Ferramentas e peças de carros estavam espalhadas por várias salas pequenas que foram escavadas na encosta da montanha e reforçadas com cimento e pneus. Semicírculos de pedras formavam posições defensivas ao longo da cordilheira acima, que os soldados se revezavam para explodir com uma arma antiaérea.

“Esta estrada aqui em cima não leva a lugar nenhum, exceto a outras bases [do Estado Islâmico]”, disse um oficial somali, apontando para rastros de veículos que serpenteavam para longe. “Eles mesmos a construíram.”

Em outro local, um corpo em decomposição jazia do lado de fora de uma caverna fortificada com sacos de areia e uma cisterna escavada nela. Pedras baixas penduradas no fundo obscureciam um pequeno espaço de acesso que levava a outra sala forrada com lonas. Havia fios elétricos pendurados no teto; o chão estava coberto de papéis parcialmente queimados e peças de computador esmagadas.

“Daesh! Daesh!”, exclamaram os soldados na caverna, usando a sigla em árabe para o Estado Islâmico. Um deles apontou para as tranças do morto — um estilo comum dos oromo que é quase desconhecido na Somália. O morto tinha alguns detonadores com ele, disse o soldado, mas ninguém sabia onde eles estavam.

“É um grande problema”, disse Mubarak com um suspiro. “As pessoas estão tomando as coisas como espólios de guerra.”

De volta à sede, os oficiais exibiram 15 telefones, incluindo um punhado de smartphones, que haviam sido apreendidos recentemente. Um SIM que eles analisaram estava vinculado a cerca de US$ 180 mil em pagamentos, disse o brigadeiro geneneral Jamal Arab Yusuf Jibril, diretor geral da Agência de Inteligência da Puntlândia. Alguns telefones mostravam chamadas para a Mongólia e os Estados Unidos. Mas as evidências estavam se perdendo, ele disse; os soldados às vezes encontravam um smartphone, jogavam o SIM fora e colocavam o seu próprio cartão no telefone.

Oficiais seniores na Puntlândia dizem que mobilizaram tudo o que tinham na luta contra o Estado Islâmico — até mesmo o ministro da segurança interna está presente na base operacional avançada em Balidhidin, dando ordens por trás de seus óculos escuros e gesticulando com sua bengala — mas eles dizem que precisam da ajuda de aliados.

Embora ninguém queira a presença de forças estrangeiras, bloqueadores de drones, detectores de bombas e equipamentos de visão noturna seriam muito úteis, disse o general Abdirahman Mohamed Jama, chefe das Forças Policiais Marítimas da Puntlândia.

“Ontem, tivemos 10 [dispositivos explosivos improvisados] em nossa rota”, ele disse.

Os cidadãos estão doando alimentos e pegando em armas, mas as autoridades temem que a opinião pública mude se o número de mortos continuar aumentando. Puntlândia tem apenas um helicóptero de duas pessoas para transporte médico, pago pela própria região, e a luta está prestes a ficar muito mais sangrenta conforme os soldados avançam por um amplo vale que, acredita-se, abrigaria as posições mais fortificadas do Estado Islâmico.

Na semana passada, os soldados foram atacados por morteiros, granadas propelidas por foguetes e metralhadoras montadas em ambos os lados do cânion. As autoridades disseram que quase 60 militantes foram mortos na luta, que também deixou dezenas de soldados locais mortos e feridos. O pequeno helicóptero zumbiu para frente e para trás o dia todo enquanto as ambulâncias sacudiam dolorosamente sobre o solo rochoso.

Na terça feira, o Estado Islâmico atacou os soldados da Puntlândia nas profundezas do vale com carros-bomba e atacantes suicidas em motocicletas. Perdas pesadas foram relatadas em ambos os lados.

Soldado das Forças de Defesa de Puntland Ahmed Barkhadele no hospital após ser ferido em batalha. Foto: Carolyn Van Houten/The Washington Post

“Temos conversado com os americanos a respeito dessa ofensiva por meses — falamos na necessidade de apoio aéreo, suprimentos médicos, compartilhamento de inteligência, suprimentos militares — mas nada disso aconteceu”, disse Mubarak. “Perdemos muito mais pessoas do que teríamos se tivéssemos nos mobilizado antes.”

Os Emirados Árabes Unidos forneceram alguns equipamentos e realizaram alguns ataques aéreos. Vizinhos regionais doaram pequenas quantidades de material. Não é o suficiente, de acordo com o presidente da Puntlândia, Said Abdullahi Deni, que falou com repórteres do Post no aeroporto antes de enviar soldados feridos para tratamento no exterior.

“Estamos lutando sozinhos uma guerra global”, disse ele./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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