Um ataque hacker atingiu um oleoduto que fornece combustível para grande parte do sul e da costa leste dos Estados Unidos, interrompendo o fluxo de gasolina, diesel e combustível de aviação na região no fim de semana. O prejuízo fez com que o governo americano convocasse reuniões de emergência na Casa Branca e levantou novas questões sobre a extensão e a urgência de um decreto para fortalecer a segurança cibernética de agências federais e empresas contratadas pelo governo americano.
Com um ramsonware, hackers sequestraram dados digitais do oleoduto e exigiram pagamento em dinheiro para os 100 gigabites capturados não fossem divulgados.
Entenda o caso:
Como o ataque ocorreu?
Para especialistas, a pandemia pode ter facilitado o ataque, já que funcionários estavam em home office e acessavam os sistemas de controle do oleoduto de suas casas. É provável que os hackers tenham usado aplicativos de acesso remoto, como o TeamViewer e o Microsoft Remote Desktop, para obter dados dos responsáveis pelo manejo das contas de controle. De posse das senhas, conseguiram invadir o sistema e acessar dados salvos na nuvem.
Quem é o responsável?
Uma cibergangue autodenominada DarkSide foi apontada como autora do ataque. Eles se infiltraram na rede do oleoduto e trancaram dados cruciais de servidores e computadores, exigindo resgate. Especialistas acreditam que o grupo tenha origem na Rússia, uma vez que raramente ataca países aliados de Moscou, principalmente ex-repúblicas soviéticas.
Como o governo reagiu?
O FBI e o Departamento de Justiça vão investigar o ataque. O governo americano emitiu um decreto no domingo, 10, para permitir um aumento do transporte de combustível em rodovias, como maneira de compensar o prejuízo provocado pela queda do fornecimento do oleoduto. Nos últimos dias, analistas do setor de energia têm reportado acúmulo de combustível nas refinarias do Texas.
Há risco de desabastecimento?
A data limite para que o oleoduto volte a funcionar é nesta terça-feira, 11. Caso isso não ocorra, as primeiras áreas a serem atingidas devem ser Estados do Sul como Tenessee e Geórgia, mas o efeito dominó deverá ser chegar a Nova York. Para complicar o cenário, o ataque ocorreu num momento de reabertura dos EUA, quando espera-se que a mobilidade urbana, e portanto o consumo de combustível, aumente.
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