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Confira os principais discursos do primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU

Falas de líderes como Donald Trump, Vladimir Putin e Jair Bolsonaro mostraram profundas divisões globais 

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Por Redação
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BRUXELAS - O presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em confronto com os presidentes da China e do Irã. O líder russo Vladimir Putin pediu o fim das sanções dos EUA e da União Europeia. O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, falando em nome da União Africana, disse que as nações ricas não foram generosas o suficiente para ajudar as nações em desenvolvimento a combater a covid-19, que está atrasando o desenvolvimento do continente.

Assembleia Geral teve discursos de Putin, Trump e Bolsonaro Foto: Manuel Elias/UN/EFE/EPA

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Os discursos pré-gravados de líderes mundiais para a Assembleia-Geral da ONU, iniciada nesta terça-feira, 22, refletiram profundas divisões globais – embora o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, tenha pedido exatamente o contrário: uma união internacional para combater a pandemia. 

Confira os discursos mais importantes do primeiro dia da Assembleia-Geral da ONU:

Antonio Guterres

Com um tom sombrio, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que o mundo enfrenta uma crise de saúde "histórica", a maior calamidade econômica e perda de empregos desde a Grande Depressão, ameaças aos direitos humanos e preocupações de uma nova Guerra Fria, dessa vez entre EUA e China. E afirmou que o coronavírus que "colocou o mundo de joelhos" foi apenas "um ensaio geral para o mundo dos desafios que virão".

Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as Nações Unidas devem responsabilizar a China por "não conter o coronavírus", que matou cerca de 200 mil americanos e um milhão em todo o mundo. Trump acusou a China de não compartilhar com o mundo informações importantes sobre a nova doença.

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Ele também usou seu discurso para divulgar dois acordos internacionais recentes que ajudou a intermediar - um entre o Kosovo e a Sérvia e outro entre os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Israel. Trump disse que os EUA estão “cumprindo nosso destino como pacificadores”.

Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os incêndios no Pantanal e na Amazônia vêm sendo usados numa "brutal campanha de desinformação" com o objetivo de atacar seu governo.

Ele afirmou que o apoio de instituições internacionais a esta suposta campanha é explicado pela riqueza dos biomas brasileiros. Pressionado mundialmente após o País registrar recordes de queimadas na Amazônia e no Pantanal que ameaçam acordos comerciais, o líder brasileiro atribuiu a índios e caboclos a disseminação do fogo em áreas de preservação.

No discurso, gravado na semana passada, Bolsonaro fez críticas a medidas de isolamento social contra a covid-19 e acusou a imprensa de espalhar pânico sobre a pandemia. 

O presidente ainda fez um apelo pela “liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”.Ao final, encerrou o discurso afirmando que o “Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base”.

Recep Tayyip Erdogan

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O presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou o início da pandemia, "onde os países foram deixados por conta própria", enfatizando que "o multilateralismo eficaz requer instituições multilaterais eficazes". Ele pediu a rápida implementação de "reformas abrangentes e significativas, começando com a reestruturação do Conselho de Segurança", o órgão mais poderoso da ONU com cinco membros com poder de veto - os EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha e França.

Hassan Rouhani

Em um discurso inflamado, o presidente iraniano Hassan Rouhani, cujo país está enfrentando a pior crise de covid-19 no Oriente Médio, atacou as sanções dos EUA, mas declarou que seu país não se submeterá à pressão americana.

Ele disse que os Estados Unidos não podem impor negociações ou guerra ao Irã, enfatizando que seu país “não é moeda de troca nas eleições e na política interna dos EUA”. Ele usou a morte de George Floyd em maio sob o joelho de um policial como uma metáfora para a "própria experiência" do Irã com os Estados Unidos.

Vladimir Putin

Putin defendeu a vacina desenvolvida por seu país para combater o coronavírus, e se declarou disposto a fazer alianças, apesar do ceticismo da comunidade internacional.

O presidente russo garantiu que "uma conferência online de alto nível será realizada em breve com a participação de todos os países interessados ​​na cooperação para o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus".

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Xi Jinping

O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou planos para aumentar a meta do acordo climático e pediu uma revolução verde, poucos minutos depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a China por "poluição galopante".

Xi disse que a China alcançaria um pico nas emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e na neutralidade de carbono antes de 2060. É a primeira vez que o maior emissor mundial de dióxido de carbono se compromete a diminuir sua contribuição para a mudança climática.

Emmanuel Macron

Emmanuel Macron, o presidente da França, diz que a pandemia de coronavírus deve levar as nações a trabalharem juntas - e resistir a uma ordem mundial dominada por EUA e China. Ele também lamentou o fracasso das Nações Unidas em derrotar o vírus.

“Nenhum país sairá desta provação sozinho", afirmou. Ele disse que a pandemia deveria ser um 'choque elétrico' para encorajar mais ações multilaterais. Caso contrário, o mundo será "coletivamente condenado a um pas de deux'' pelos Estados Unidos e pela China, no qual todos os outros serão "reduzidos a nada mais que lamentáveis ​​espectadores de uma impotência coletiva".

Macron também pressionou a Rússia no caso de envenenamento do líder da oposição Alexei Navalni e convocou uma missão da ONU para a região chinesa de Xinjiang, onde muçulmanos uigures foram mantidos em campos. /Com agências

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