Confronto entre policiais israelenses e palestinos deixa mais de 20 feridos e 18 presos em Jerusalém

A violência levanta temores de um retorno a um conflito mais profundo em Jerusalém, com as celebrações do Ramadã, da Pessach e da Páscoa cristã coincidindo este ano

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Por Redação
Atualização:

JERUSALÉM - Mais de 20 pessoas ficaram feridas neste domingo, 17, em confrontos entre palestinos e israelenses dentro e ao redor da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, palco de confrontos violentos desde sexta-feira, 15. Segundo a polícia de Israel, 18 pessoas foram detidas.

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A Esplanada das Mesquitas - também conhecida como o Monte do Templo pelos judeus - está localizada na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, uma área palestina ocupada por Israel desde 1967.

De acordo com a polícia israelense, “centenas” de manifestantes palestinos começaram a recolher pedras na esplanada antes da chegada dos judeus que podem visitar o local, considerado o mais sagrado do judaísmo, em determinados horários e sob certas condições.

As forças de segurança israelenses entraram na Esplanada das Mesquitas para “expulsar” esses manifestantes e “restaurar a ordem”, disse a polícia. Testemunhas e socorristas indicam que uma dúzia de palestinos ficaram feridos nesses distúrbios.

O Crescente Vermelho palestino informou 19 feridos palestinos, cinco deles levados a hospitais locais, e afirmou que alguns deles foram atingidos por balas de borracha.

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Desde a captura e posterior anexação de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, não reconhecida pela comunidade internacional, os judeus podem entrar na Esplanada em determinados momentos, mas não rezar nela.

Polícia de fronteira israelense persegue jovens palestinos na Cidade Velha de Jerusalém Foto: AHMAD GHARABLI / AFP

A oração é normalmente realizada no Muro das Lamentações, embora os judeus religiosos rezem secretamente na Esplanada durante anos.

Esses incidentes ocorrem quando a missa cristã da Páscoa é celebrada neste domingo, e as orações para Pessach, a Páscoa judaica, e para o mês muçulmano do Ramadã na Cidade Velha de Jerusalém, um centro às vezes conflituoso onde as três religiões monoteístas coincidem.

Em outro incidente, desta vez na Cidade Velha, jovens palestinos atiraram pedras em ônibus que transportavam civis israelenses, entre eles menores de idade, segundo a polícia israelense.

O hospital Shaare Zedek de Jerusalém informou sete feridos leves pelo lançamento de pedras, enquanto a polícia de Israel informou 18 detenções.

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“Al-Aqsa (nome dado também em árabe à Esplanada das Mesquitas) é nossa, apenas nossa, e os judeus não têm absolutamente nenhum direito sobre este lugar”, declarou em nota Ismail Haniyeh, chefe do ramo político do Hamas, movimento islamita armado palestino que controla a Faixa de Gaza.

Por sua vez, Husein el Sheij, um líder da Autoridade Palestina de Mahmoud Abbas, pediu à comunidade internacional “que acabe com a agressão flagrante” contra a Esplanada das Mesquitas.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett reafirmou que “as forças de segurança têm carta branca para garantir a segurança dos cidadãos israelenses”.

Na sexta-feira, mais de 150 pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas, após semanas de tensão por uma série de ataques anti-israelenses na região de Tel Aviv, seguidos por operações “contraterroristas” do Estado hebraico na Cisjordânia ocupada.

Durante esses distúrbios de sexta, as forças israelenses entraram na mesquita Al-Aqsa, o que gerou uma ampla condenação de países muçulmanos.

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A Jordânia - país que administra a Esplanada das Mesquitas - culpou Israel pela nova escalada da violência.

O rei da Jordânia, Abdullah II, que está na Alemanha para uma cirurgia de hérnia de disco, pediu a Israel que “acabe com as medidas ilegais e provocativas que levam a uma maior escalada” da violência, de acordo com um comunicado do palácio real neste domingo.

No Vaticano, o Papa Francisco pediu neste domingo um acesso “livre” aos locais sagrados de Jerusalém.

A ONU pediu uma “desescalada” para evitar que as tensões em Jerusalém se transformem em uma guerra entre Hamas e Israel, como aconteceu no ano passado./AFP

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