PARIS - Grupos de black blocs e policiais da tropa de choque voltaram a se enfrentar nessa segunda-feira, 1º, em Paris, às margens dos protestos pelo Dia do Trabalho na França. Os choques aconteceram durante a tradicional manifestação de sindicatos, que nesse ano aconteceu entre a Praça da República e a Praça da Nação, no nordeste da capital. Segundo balanço provisório do Ministério do Interior, três agentes ficaram feridos, um dos quais com gravidade, em razão da explosão de coquetéis Molotov.
A manifestação de 1º de Maio foi convocada por sindicatos, mas as divergências entre diferentes agremiações levou à realização de dois cortejos. Pela manhã, o sindicato reformista Confederação Geral Democrática do Trabalho (CFDT), que acaba de se tornar o maior da França, liderou um protesto realizado na Praça da República. Pouco depois, militantes da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e da Força Operária (FO), dois sindicatos mais radicais, iniciaram uma manifestação na mesma região.
Em meio aos dois grupos, dezenas de black blocs deram início a mais um confronto com a polícia - o segundo desde a realização do primeiro turno das eleições, há 10 dias. Com lemas como "Nem Le Pen, nem Macron", "Nem pátria, nem patrão" e "Um tijolo na urna", os jovens se posicionaram no início dos desfiles sindicatos, atirando coquetéis Molotov ao encontro de policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.
Em nota distribuída às agências de imprensa, o Ministério do Interior confirmou a existência de feridos. "Indivíduos mascarados atiraram projéteis e coquetéis Molotov nas forças de ordem, que responderam com o uso de granadas lacrimogêneas ", informou a autoridade. Em razão da presença dos grupos de black blocs, a polícia dividiu a manifestação, cercando os manifestantes violentos.
Esta segunda-feira é um dia agitado na política da França. Os dois candidatos finalistas nas eleições presidenciais, Emmanuel Macron e Marine Le Pen, realizam seus últimos comícios em Paris. Depois da adesão de Nicolas Dupont-Aignant à campanha da Frente Nacional, Le Pen chega à reta final antes do voto em posição de força.
Em seu comício, realizado em uma sala com mais da metade dos assentos vazios - a candidata reuniu apenas 5% dos votos dos parisienses no primeiro turno -, Marine Le Pen voltou a imprimir um discurso agressivo contra Macron, acusando o ex-ministro da Economia de ser o candidato do atual presidente, o socialista François Hollande. "Emmanuel Macron é François Hollande querendo se reeleger", acusou. "Sua filosofia, marcha em direção a mais precariedade, mais 'uberização', mais livre-comércio, mais desregulamentação de todas as profissões."
Na quarta-feira, os dois candidatos se enfrentam no esperado debate do segundo turno.
Itália. Um grupo de manifestantes enfrentou a polícia durante uma passeata pelo Dia dos Trabalhadores na cidade italiana de Turim, na qual foram vividos momentos de tensão.
O confronto ocorreu quando a polícia impediu um grupo de cerca de 200 manifestantes de chegar à praça Castello, onde acontecia um ato organizado por diferentes sindicatos por causa do 1º de Maio.
Nesse momento 20 manifestantes, situados nas fileiras de uma marcha pacífica, começaram a lançar pedras e ovos contra os agentes, que responderam com bombas e balas de borracha, informou o jornal "La Stampa". O diário informa que três manifestantes foram detidos. / COM EFE