Congresso americano aprova histórico pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão

Plano permite uma injeção de dinheiro do governo federal em vários setores da economia; maioria dos americanos receberá cheques de US$ 1,4 mil (R$ 8 mil)

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Por Redação
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WASHINGTON - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira, 10, o pacote de socorro de US$ 1,9 trilhão (cerca de R$ 10,8 trilhões) proposto pelo governo de Joe Biden para oferecer alívio aos americanos que sofrem as consequências econômicas da pandemia de coronavírus. O plano foi aprovado no fim de semana pelo Senado. Promessa de campanha do democrata, o projeto oferece uma nova rodada de pagamentos diretos às famílias e injeta recursos nos Estados, negócios e na distribuição das vacinas contra covid-19

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Biden comemorou a aprovação do plano, afirmando que ele dará aos trabalhadores americanos a "chance de lutar". "Essa lei trata de dar à espinha dorsal desta nação - os trabalhadores essenciais, o povo trabalhador que construiu este país, as pessoas que mantêm o país funcionando - uma chance de lutar", reagiu, em nota, o presidente, que deverá sancionar a lei na sexta-feira.

O plano, que não obteve nenhum voto repubicano, permite uma injeção de dinheiro do governo federal em vários setores da economia. A maioria dos americanos receberá cheques de US$ 1,4 mil (R$ 8 mil) – a terceira rodada de pagamentos de auxílio, que começaram no governo Trump. Biden prometeu que os cheques chegarão aos americanos ainda neste mês. 

Presidente da Câmara,Nancy Pelosi, durante sessão que aprovou pacote de estímulo econômico do governo Biden Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

O auxílio para desempregados terá um suplemento semanal de US$ 300 até o início de setembro. Estados e municípios, que registraram queda de arrecadação, também serão beneficiados, além de escolas e pequenos negócios. O pacote prevê ainda dinheiro para a distribuição de vacinas e ampliação de testes de covid-19.

O pacote de ajuda havia sido aprovado pelo Senado no fim de semana, quando sofreu alterações. Os senadores limitaram o número de pessoas elegíveis para receber os cheques de US$ 1,4 mil, reduziram o pagamento semanal suplementar ao auxílio desemprego de US$ 400 para US$ 300 e derrubaram a previsão de aumento no salário mínimo por hora, que chegaria a US$ 15. As mudanças foram uma vitória dos democratas de centro, em um esforço da Casa Branca para manter a fidelidade dos senadores do partido.

Em 2020, a economia americana sofreu um colapso espetacular com uma contração de 3,5% do PIB, uma crise sem precedentes desde 1946. Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o mercado de trabalho voltaria ao seu nível anterior à pandemia apenas em 2024, se nenhuma medida de estímulo fosse aplicada.

De acordo com a Casa Branca, esta legislação "histórica" pode criar até 7 milhões de novos empregos este ano e vai ajudar a salvar vidas e também a reduzir a pobreza infantil.A presidência afirmou que espera que a legislação seja enviada ao presidente na quinta-feira e sua promulgação ocorra na sexta.

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"Este é um momento crítico na história de nosso país", disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, antes da votação. "A ajuda está a caminho", acrescentou ela enquanto a Câmara começava a votar.

Os republicanos, que se opõem ao tamanho da ajuda, argumentam que não há espaço fiscal para mais gastos, depois de US$ 4 trilhões de injeção de dinheiro na economia americana, e o pacote é dispensável, sob alegação de que a economia já tem dado sinais de recuperação. Para os republicanos e parte dos analistas conservadores, o pacote pode superaquecer a economia americana.

O líder da minoria republicana da Câmara, Kevin McCarthy, afirmou nesta quarta-feira que o plano de alívio econômico de Biden é uma "lista" de prioridades de esquerda que antecedem a pandemia. "Isso não é uma lei de resgate, não é uma lei de alívio", afirmou. "Esta é uma longa lista de prioridades de esquerda que antecede a pandemia e que não satisfaz as necessidades das famílias americanas."/COM AFP 

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