SEUL - Coreia do Norte está adotando "medidas técnicas" para desmantelar sua instalação de testes nucleares e convidará a imprensa estrangeira entre os dias 23 e 25 para uma cerimônia de início do processo, um evento simbólico antes da reunião entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, informou ontem a agência estatal KCNA.
Durante a histórica cúpula de 27 de abril entre o Norte e o Sul, Kim propôs fechar este mês as instalações de testes nucleares de Punggye-ri, perto da fronteira com a China.
Foram nessas instalações subterrâneas que o regime de Pyongyang realizou seis testes nucleares, o último em setembro. A zona está dentro de uma montanha de granito de 2 mil metros de altura em Hamqyong do Norte, uma província do noroeste do país.
Sua existência foi revelada em outubro de 2006 com o primeiro teste nuclear norte-coreano, quando o país era comandado por Kim Jong-il, o pai do atual líder. Desde então ela tem sido vigiada por satélites.
Alguns especialistas acreditam que se trata de uma concessão para causar uma boa impressão para o mundo e, na realidade, a zona já não pode abrigar novos testes porque está muito degradada.
Segundo sismólogos chineses citados em abril pela Universidade de Ciências e Tecnologia da China, o último teste nuclear provocou o desmoronamento de pedras dentro da montanha.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte, citado pela KCNA, os túneis serão destruídos por meio de explosões e serão desmanteladas as instalações de observação e de investigações, assim como as unidades de guarda.
O regime de Pyongyang prevê convidar jornalistas dos EUA, da Coreia do Sul, Rússia e Grã-Bretanha para inspecionar o processo. Para receber os jornalistas, a Coreia do Norte disse que várias medidas serão adotadas, como a abertura de seu espaço aéreo.
Todos os jornalistas internacionais viajarão em um voo charter que partirá de Pequim para a cidade portuária de Wonsan, no leste da Coreia do Norte. De lá, serão levados de trem até o local dos testes nucleares. / AP, AFP e REUTERS
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.