Coreia do Norte critica sanções, mas está disposta a dialogar com os EUA

Horas antes de admitir a possibilidade de negociar, Pyongyang classificou os embargos americanos a empresas que facilitam comércio norte-coreano de ‘atos de guerra; impasses em questões essenciais podem inviabilizar reunião

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Por Redação

PYEONGCHANG - Três dias depois de os Estados Unidos aplicarem severas sanções à Coreia do Norte, o país asiático declarou neste domingo, 25, estar disposto a dialogar com os americanos. O recado foi transmitido pelo general norte-coreano Kim Yong-chol, líder da delegação do país na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pyeongchang, na Coreia do Sul.

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Atletas das Coreias do Norte e do Sul desfilam juntos na cerimônia de encerramento Foto: Damir Sagolj/Reuters

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Horas antes, a Coreia do Norte havia classificado como “ato de guerra” o novo pacote de sanções imposto pelos EUA na sexta-feira contra empresas marítimas que facilitam transporte de produtos para os norte-coreanos. Pyongyang ameaçou retaliar os EUA se o país “tiver a ousadia de enfrentar a Coreia do Norte de forma severa”.

Menos de três horas depois, Kim Yong-chol, um dos militares mais leais ao líder norte-coreano Kim Jong-un, chegou ao país vizinho para a cerimônia de encerramento e para um encontro com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in. “O presidente Moon enfatizou que o diálogo entre EUA e Coreia do Norte deve ocorrer o mais rápido possível”, disse o porta-voz da Presidência, Kim Eui-kyeom.“A delegação do Norte transmitiu o desejo do líder Kim Jong-un de fazer isso.”

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Apesar do cancelamento em cima da hora de um encontro entre o vice-presidente americano, Mike Pence, e as principais autoridades de Pyongyang, na sexta-feira, o Washington Post informou no domingo, 25, que negociadores dos dois países podem ter conversado durante os Jogos Olímpicos de Pyeongchang. 

A americana Allison Hooker, uma veterana funcionária do conselho de Segurança nacional dos EUA, especialista em Coreia do Norte, acompanhou a filha de Donald Trump, Ivanka Trump, a líder da delegação americana na Olimpíada. 

A Coreia do Norte enviou aos Jogos Choe Kang-il, o principal negociador para assuntos relacionados aos EUA no ministério das Relações Exteriores. O Washington Post afirma que os dois se reuniram secretamente durante a cerimônia de encerramento dos Jogos, no domingo, 25. O objetivo seria pavimentar encontros futuros. Os dois já negociaram juntos em outras ocasiões.

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O futuro das negociações. Analistas ouvidos pela imprensa americana afirmam que diálogos de alto nível entre EUA e Coreia do Norte são difíceis, porque ambos os lados permanecem inflexíveis em pontos-chave de um pré-acordo para uma reunião. A Coreia do Norte exige que os EUA interrompam seus exercícios militares com a Coreia do Sul, mas um destes treinamentos vai ocorrer em abril. Pyongyang também quer continuar com seu programa nuclear, enquanto os EUA exigem seu desmantelamento. 

Outro problema é a resiliência norte-coreana. Há 33 anos o regime de Kim brinca de gato e rato com o Ocidente, às vezes negociando, às vezes rejeitando as conversas, enquanto desenvolve seu programa nuclear. 

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“Hoje há um impasse diplomático sem fim à vista. Pior: é mais provável que esta abertura possa descarrilar facilmente se a Coreia do Norte testar algum míssil, ou se os EUA e a Coreia do Sul realizarem novos exercícios militares”, afirmou ao site Vox Mira Rapp-Hooper, professora de estudos asiáticos na Universidade de Yale. “Na situação atual, a diplomacia ainda vale a pena, mas só para reduzir o risco de erro de cálculo que pode provocar uma guerra regional.” / AFP, AP, W.POST e NYT

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