Coréia do Norte desiste de seu programa nuclear

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Por Jamil Chade e GENEBRA
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A Coréia do Norte concordou em detalhar e desmantelar suas instalações nucleares até o final do ano. O anúncio do prazo foi feito ontem em Genebra pelo negociador americano Christopher Hill, depois de dois dias de reuniões com os norte-coreanos. O representante da Casa Branca também declarou que Pyongyang aceitou entregar uma relatório detalhando o programa nuclear. "Deixamos claro nossa vontade de declarar e desmantelar todas nossas usinas nucleares", afirmou Kim Gye Gwan, vice-ministro das Relações Exteriores da Coréia do Norte e representante do país asiático nas negociações. "Estamos muito satisfeitos pela forma com que as conversações ocorreram", acrescentou, em uma radical mudança de tom em comparação às declarações do ano passado. Kim, ao contrário de Hill, não deu detalhes sobre a data do fim do programa. Em troca, Washington prometeu reforçar a ajuda ao país e garantir parte do abastecimento de combustível. Pyongyang havia sido colocado na lista de governos que apóiam o terrorismo. A tensão chegou ao ápice no segundo semestre de 2006, quando os norte-coreanos anunciaram um teste nuclear. Mas com uma profunda crise econômica e dependendo cada vez mais dos alimentos enviados pela ONU para garantir a sobrevivência da população, a Coréia do Norte passou a adotar um discurso menos agressivo. Em fevereiro, China, Coréia do Sul, Rússia, Japão e EUA já haviam acertado um compromisso pelo qual seria garantida ajuda financeira caso os programas nucleares fossem abolidos - além da normalização das relações com a comunidade internacional, principalmente com os EUA, e garantias de segurança. Desde então, a Coréia do Sul já enviou 50 mil toneladas de combustível. Em troca, Pyongyang encerrou as atividades de um reator de plutônio. No total, 1 milhão de toneladas de combustível seriam enviados com o fim do programa nuclear.

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