A Coreia do Norte revelou, neste sábado, 10, um míssil balístico intercontinental (ICBM) gigante, durante um desfile militar em Pyongyang. O equipamento foi rebocado em um veículo de 11 eixos.
A Akit Panda, da Federação de Cientistas Americanos, uma ONG que analisa os riscos nucleares, tuitou que era "o maior míssil móvel de combustão líquida já visto até hoje".
Em geral, os desfiles norte-coreanos são encerrados com um míssil que o governo quer destacar em seu arsenal, e os observadores tendem a prestar especial atenção a isso, em busca de qualquer pista sobre o desenvolvimento de armas do Norte.
Acredita-se que a Coreia do Norte continue desenvolvendo seu arsenal, supostamente para se proteger dos Estados Unidos, após o fracasso da cúpula de Hanói com o presidente americano Donald Trump em fevereiro do ano passado.
Analistas apostam que o país está desenvolvendo um novo míssil balístico submarino (SLBM) ou míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de atingir os Estados Unidos e escapar dos sistemas de defesa americanos.
A comemoração do aniversário do Partido dos Trabalhadores significa que a Coreia do Norte "tem uma necessidade política e estratégica de exibir algo grande", interpretou Sung-yoon Lee, um professor coreano da Universidade Tufts, nos Estados Unidos.
A demonstração de armas mais avançadas "marcará um grande passo à frente na capacidade real de ameaça de Pyongyang", assegurou.
Ao contrário de outras ocasiões, a imprensa estrangeira não foi autorizada a assistir ao desfile e, como muitas embaixadas estão fechadas por causa do coronavírus, quase não havia observadores estrangeiros na cidade.
A embaixada russa em Pyongyang postou uma mensagem em sua página do Facebook pedindo aos diplomatas e outros representantes internacionais que não "se aproximem ou tirem fotos" das comemorações.
No final de dezembro, Kim ameaçou revelar uma "nova arma estratégica", mas analistas acreditam que Pyongyang tentará não arriscar suas chances com Washington antes da próxima eleição presidencial americana em novembro.
Ostentar suas armas estratégicas em um desfile militar "seria consistente com a promessa de Kim Jong-un", embora, por outro lado, não seja do interesse de "provocar os Estados Unidos testando uma arma estratégica", apontou Rachel Lee, ex-conselheira do governo americano sobre a Coreia do Norte. /AFP
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