Coreia do Norte volta a disparar mísseis no último dia de manobras de Coreia do Sul e EUA

Em uma semana, regime de Kim Jong-un lançou 30 mísseis balísticos; um caiu em águas territoriais sul-coreanas

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A Coreia do Norte disparou quatro mísseis balísticos de curto alcance neste sábado (5), em lançamentos que se somam à longa série realizada esta semana. A ação coincide com o último dia das maiores manobras aéreas organizadas na região por Washington e Seul.

Lançamento norte-coreano de mísseis, feito ao longo desta semana; pelo menos 30 disparos foram efetuados. Foto: AFP Photo/ KCNA via KNS

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O Exército sul-coreano detectou o lançamento “a partir de Tongrim, na província de Pyongan do Norte, em direção ao Mar Amarelo”, informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis balísticos esta semana. Um deles caiu em águas territoriais sul-coreanas.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul consideram que esses disparos podem culminar em um teste nuclear da Coreia do Norte, o que seria o primeiro desde 2017.

Na sexta-feira, 4, Washington e Seul decidiram estender por um dia os exercícios militares conjuntos chamados de “Tempestade Vigilante”, que começaram na segunda-feira, 31.

Um bombardeiro estratégico B-1B dos Estados Unidos participou dos exercícios aéreos, marcando o primeiro voo de uma aeronave desse tipo na Península Coreana desde dezembro de 2017.

Especialistas apontam que o regime comunista liderado por Kim Jong-un ficou especialmente irritado com essas manobras, com centenas de aviões mobilizados pelos dois países.

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Kim Jong-un, ditador norte-coreano Foto: Estadão

Em outras ocasiões, a Coreia do Norte manifestou sua indignação com o envio de armas estratégicas dos EUA, como bombardeiros B-1B ou porta-aviões.

Embora os B-1B já não sejam mais equipados com armas nucleares, a Força Aérea americana os define como “sua espinha dorsal dos bombardeiros de longo alcance”, que podem atacar em qualquer lugar do mundo.

Um especialista em assuntos norte-coreanos, Ahn Chan-il, comentou que, dado o fato de os Estados Unidos verem os B-1B como um elemento estratégico, sua implantação pode ser encarada pela Coreia do Norte como uma “ameaça significativa”.

Na sexta-feira, a Coreia do Sul ordenou a decolagem de dezenas de caças após detectar a mobilização de 180 aviões norte-coreanos.

Especialistas dizem que Pyongyang também é particularmente sensível a essas manobras porque a Força Aérea é um de seus pontos fracos. O regime não possui caças de alta tecnologia nem pilotos devidamente treinados.

Em comparação com a envelhecida frota da Coreia do Norte, os exercícios conjuntos serviram para mostrar os mais modernos caças americanos e sul-coreanos, incluindo caças F-35, em ação.

Falando no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, rejeitou as críticas feitas às manobras e as qualificou de “propaganda” norte-coreana, dizendo que não representavam ameaça a outros países.

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A diplomata acusou a China e a Rússia de protegerem a Coreia do Norte, que “zombou” do Conselho de Segurança com os lançamentos sem precedentes de mísseis, que agravaram as tensões na península coreana.

A China, aliado mais próximo do regime de Pyongyang, e a Rússia, cujas relações com o Ocidente se deterioraram desde que invadiu a Ucrânia em fevereiro passado, acusam os Estados Unidos de provocarem a Coreia do Norte. / AFP

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