Governo sul-coreano propõe negociações militares com Coreia do Norte
Oferta feita pelo governo do presidente Moon Jae-in, que assumiu o governo em maio e defende o diálogo com Pyongyang, tem como objetivo 'aliviar as tensões militares bilaterais'; Cruz Vermelha propôs diálogo sobre famílias separadas pela Guerra da Coreia
A proposta, a primeira desde a chegada este ano ao poder em Seul do presidente Moon Jae-in, foi apresentada depois que a Cruz Vermelha propôs outra reunião para discutir a questão das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950- 53).
Chefes da delegação internacional da da Coreia do Sul (esquerda) e Coreia do Norte se encontram em 2013 Foto: Yonhap/Reuters
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O ministério da Defesa sul-coreano sugeriu a realização de uma reunião na sexta-feira na localidade fronteiriça de Panmunjom, enquanto a Cruz Vermelha sugere outro encontro separadamente em 1º de agosto no mesmo lugar. Não houve resposta imediata da Coreia do Norte à proposta para conversas nesta semana.
Se a reunião do governo for realizada, será o primeiro diálogo oficial entre as duas Coreias desde dezembro de 2015. A predecessora conservadora de Moon, Park Geun-hye, recusava todo o diálogo com Pyongyang, a menos que o regime comunista se comprometesse a implementar medidas concretas de desnuclearização.
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"Propomos uma reunião (...) destinada a acabar com qualquer ação hostil capaz de aumentar a tensão militar ao longo da fronteira terrestre", indicou o ministério em um comunicado.
A Cruz Vermelha espera, por sua vez, uma "resposta positiva" do Norte, na esperança de organizar reuniões de família no início de outubro. Se concretizado, tal encontro seria o primeiro do tipo em dois anos.
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Moon, que assumiu o cargo em maio, defende um diálogo com o Norte como uma maneira de trazer Pyongyang à mesa de negociações, em meio as crescentes tensões alimentadas pela ambições nucleares norte-coreanas.
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No entanto, Pyongyang realizou uma série de testes de mísseis em violação das resoluções da ONU, sendo o mais recente em 4 de julho, quando testou o seu primeiro míssil balístico intercontinental, ao que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump exigiu a imposição de novas sanções pela ONU. / AFP, REUTERS e EFE