O Partido Democrata da Coreia do Sul afirmou nesta terça-feira, 24, que cogita pedir o impeachment do presidente em exercício, Han Duck-soo, devido à sua recusa em aprovar duas leis para investigar o seu antecessor deposto, Yoon Suk Yeol. As leis deveriam investigar o ex-presidente pela tentativa fracassada de imposição de uma lei marcial e por suspeitas de irregularidades envolvendo a sua mulher, Kim Keon Hee.
O Parlamento votou pelo impeachment do líder conservador no dia 14 de dezembro, após a sua declaração de lei marcial no último dia 3, o que mergulhou o país na sua pior crise política em décadas. Yoon recuou horas depois, quando o Parlamento votou pela derrubada da lei marcial.
Han, que substituiu Yoon, rejeitou as exigências da oposição em uma reunião do Gabinete nesta terça-feira insistindo em alcançar acordos bipartidários para ambas as iniciativas. Em resposta à sua recusa, o líder da oposição Park Chan-dae afirmou em um primeiro momento que “iniciará imediatamente o processo de impeachment” do atual presidente. Depois, a oposição afirmou que adiará até o final da semana para ver o se o presidente interino irá autorizar a investigação do antecessor deposto.
“Decidimos ter paciência, levando em conta os sentimentos do povo, e esperar até o dia 26 (quinta-feira) para determinar se nossas exigências serão atendidas”, disse Park Chan-dae.
A oposição afirma que é necessária apenas uma maioria simples entre os 300 membros do Parlamento para destituir Han. Já o atual partido no poder alega que é preciso uma maioria de dois terços da casa por se tratar do presidente em exercício.
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Yoon permanece suspenso como presidente enquanto o Tribunal Constitucional decide se aceita a decisão legislativa de destituí-lo. A oposição quer que duas entidades independentes investiguem a declaração da lei marcial e as alegações contra a mulher de Yoon, que incluem suborno.
O presidente deposto continua sob investigação por uma equipe composta pela polícia, ministério da Defesa e por investigadores anticorrupção. /com AFP
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