O governo da Coreia do Sul reportou nesta quarta-feira, 26, (noite de terça-feira, 25, no Brasil) 19 mortos em um dos piores incêndios florestais da história do país, que mobiliza milhares de bombeiros para tentar conter os múltiplos focos.
Agravados pelo clima seco e os fortes ventos, mais de uma dúzia de focos arrasam há dias o sudeste do país, o que obrigou a transferência de milhares de moradores e a evacuação de um vilarejo tradicional, declarado patrimônio da Unesco.

Com quase 15 mil hectares queimados em seu conjunto no balanço de terça-feira, este incêndio é o terceiro pior da Coreia do Sul e está causando um “dano sem precedentes”, disse o presidente interino Han Duck-soo.
Um funcionário do Ministério de Segurança assinalou que os focos mataram 19 pessoas, deixaram seis feridos graves e outros 13 com lesões menores.
Entre as vítimas está um bombeiro, piloto de um helicóptero que caiu durante os trabalhos no combate ao fogo.
O balanço anterior era de quatro mortos, mas disparou depois que um dos principais focos atingiu vários povoados e incinerou um templo budista milenar.
Os focos se concentram nos arredores da cidade de Ulsan e na região de Gyeongsang e “se desenvolvem de uma maneira que supera os modelos atuais de previsão e as expectativas prévias”, afirmou Han Duck-soo.
Na tarde de terça-feira, as autoridades emitiram várias ordens para que as pessoas deixassem suas casas, mas “infelizmente, não foi possível evitar as mortes”, reconheceu.
“Durante a noite, o caos continuou enquanto as linhas de eletricidade e comunicação foram cortadas em diversas áreas e as estradas estavam bloqueadas”, acrescentou.
Diante dessa situação, o presidente interino anunciou a implementação de “uma resposta nacional em larga escala” e elevou ao nível máximo a crise nacional por incêndios.

Na terça-feira, o Ministério de Interior e Segurança informou que havia destacado mais de 6.700 bombeiros, dois quintos deles concentrados em um dos piores focos, na localidade de Uiseong.
Mas os fortes ventos obrigaram a suspender as operações com drones e helicópteros, explicou o presidente interino.
“As mudanças constantes de direção do vento e o clima seco atual mostram as limitações dos métodos convencionais para lutar contra o fogo”, lamentou./AFP.