Coreia do Sul revê exigência por desculpas norte-coreanas

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Por JEREMY LAURENCE

A Coreia do Sul atenuou na sexta-feira as exigências de que a Coreia do Norte se desculpe por agressões do ano passado, como pré-requisito para a retomada das negociações para o desarmamento nuclear norte-coreano. Uma fonte oficial sul-coreana de primeiro escalão disse, sob anonimato, que a principal condição para a retomada do diálogo multilateral é a sinceridade de Pyongyang a respeito da intenção de abandonar seu programa nuclear. O processo, paralisado desde 2009, envolve EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coreias, com a intenção de oferecer ajuda ao regime comunista norte-coreano em troca do fim do seu arsenal atômico. A Coreia do Norte, que tomou a iniciativa de abandonar o diálogo, agora deseja reiniciá-lo, mas Washington e Seul questionam as intenções de Pyongyang, e dizem que o regime só está fazendo isso porque precisa desesperadamente de ajuda econômica. Em novembro de 2010, a Coreia do Norte revelou também ter um programa de enriquecimento de urânio, o que ampliou as suspeitas de que o país não pretende abrir mão do seu programa de armas nucleares, que atualmente usa plutônio enriquecido. As relações entre as duas Coreias mergulharam em 2010 no seu pior momento em vários anos, depois do naufrágio de uma corveta sul-coreana, que matou 46 marinheiros, e de um bombardeio a uma ilha do Sul, que deixou quatro mortos. A Coreia do Norte nega ter responsabilidade pelo naufrágio, e diz que só bombardeou a ilha porque a Coreia do Sul disparou primeiro contra suas águas. Mais recentemente, as duas Coreias concordaram em realizar reuniões militares bilaterais para discutir os incidentes, e Seul propôs discussões políticas em separado como um primeiro passo antes da retomada do processo multilateral. Os Estados Unidos deixam claro que só aceitarão retomar o diálogo se houver algum tipo de reaproximação entre as duas Coreias. Seul vinha condicionando a retomada das negociações a um pedido de desculpas por parte de Pyongyang pelos incidentes, mas na sexta-feira a fonte oficial de Seul disse que isso deixou de ser um pré-requisito direto.

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