Cresce apoio a Rishi Sunak para substituir Boris Johnson no Reino Unido

Ex-ministro do Tesouro no governo Johnson alcançou com antecedência o apoio mínimo necessário para oficializar candidatura no processo de escolha da nova liderança do Partido Conservador

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Por Redação
Atualização:

Enquanto pretendentes a substituir Boris Johnson como primeiro-ministro do Reino Unido fazem um último esforço para conquistar o apoio parlamentar necessário para lançar suas candidaturas na eleição que define a próxima liderança do Partido Conservador, o ex-secretário do Tesouro Rishi Sunak lançou sua candidatura nesta terça-feira, 12, com certa tranquilidade. Uma das poucas lideranças conservadoras a reunir com antecedência o apoio mínimo estabelecido pelo partido para entrar na votação, Sunak viu ao menos um adversário abrir mão da disputa para apoiá-lo e é apontado como favorito por analistas.

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O novo primeiro-ministro britânico será conhecido apenas no dia 5 de setembro, quando o Partido Conservador apresentará sua nova liderança, que também será o novo premiê. O processo eleitoral, contudo, começa nesta terça-feira, 12, quando os interessados devem apresentar suas candidaturas, endossadas por pelo menos 20 deputados entre os 358 que o partido detém na Câmara dos Comuns.

De acordo com a Associated Press, apenas três dos 10 nomes que se anunciaram como candidatos haviam alcançado o apoio mínimo para oficializar as candidaturas no começo da manhã desta terça: a ministra do Comércio Penny Mordaunt, o parlamentar Tom Tugendhat e Rishi Sinak, que reuniu mais de 30 declarações de apoio.

Rishi Sunak lançou oficialmente sua candidatura a novo líder do Partido Conservador britânico nesta terça-feira, 12, em Londres. Foto: Alberto Pezzali/ AP

Uma dessas declarações veio de um ex-concorrente. O ex-secretário de Transportes Grant Shapps, que tentava uma vaga na disputa, abriu mão de se candidatar para apoiar Sunak - que já é apontado por alguns analistas como favorito a alcançar a disputa final.

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A secretária do Interior, Priti Patel, anunciou que não se candidataria, um movimento visto por muitos como um impulso para a candidatura da secretária das Relações Exteriores Liz Truss de ser a candidata preferida da ala Thatcherista do Partido Conservador.

Segundo as estimativas do site Politico, Sunak é um dos favoritos para passar para um segundo turno, junto com Penny Mordaunt e Liz Truss, com base nas primeiras apostas.

Pelas regras do processo interno do Partido Conservador, os candidatos que conseguirem o apoio mínimo estabelecido terão o nome na urna durante votações eliminatórias, que serão realizadas nas próximas quarta e quinta-feira. Quem não conseguir ao menos 30 deputados na primeira votação será eliminado. O processo segue até o início do recesso parlamentar, em 22 de julho, quando sobrarão apenas dois finalistas.

Os conservadores querem que a disputa seja o mais rápida possível, já que quanto mais tempo durar, mais os ataques dos candidatos entre si podem afetar as opiniões do eleitorado mais amplo

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Até agora, o debate entre os candidatos se concentrou em cortes de impostos, com muitos candidatos tentando superar uns aos outros em uma tentativa de apelar à direita conservadora, assim como Johnson tentou fazer sempre que sua posição estava sob pressão.

A principal desvantagem de Sunak é que ele elevou a carga tributária do Reino Unido ao seu nível mais alto desde a década de 40 para pagar os gastos da era da pandemia, um recorde que não agrada a muitos parlamentares conservadores.

Em seus últimos meses no cargo antes de renunciar, Sunak resistiu aos apelos para cortar impostos por medo de alimentar a inflação, que deve ultrapassar 11% no Reino Unido em outubro.

Mas Sunak, cuja renúncia há uma semana ajudou a derrubar Johnson, usou o lançamento de sua campanha para revidar seus rivais conservadores, que, segundo ele, combinavam promessas fiscais não reais com promessas de gastos. “Assim que controlarmos a inflação, reduzirei a carga tributária”, disse Sunak em um discurso em Londres nesta terça-feira. “É uma questão de ‘quando’, não ‘se’.”

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O candidato também pediu o fim dos ataques pessoais que já ocorrem na competição – muitos deles direcionados a ele. Ele disse que não “demonizaria” Johnson, a quem chamou de um político “notável”.

“Não vou me envolver na negatividade que você viu e leu na mídia. Se outros desejam fazer isso, então deixe-os”, disse ele. “Isso não é quem nós somos. Podemos ser melhores do que isso.”/ AP, AFP, NYT e WPOST

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