ZAGREB - A Croácia adotou o euro como moeda à meia-noite deste sábado, 31, (hora local) e se tornou o 27º país a integrar o espaço Schengen de livre circulação, dois grandes passos para este pequeno país dos Bálcãs, que entrou na União Europeia há cerca de uma década.
À meia-noite deste sábado (20h de Brasília), a Croácia se despediu de sua moeda, a kuna, para se tornar o 20º membro da zona do euro.
Tanto as notas e moedas de euro como as notas e moedas de kuna serão aceitas como meio de pagamento durante um período de duas semanas após a introdução do euro. As notas e moedas de kuna podem ser trocadas gratuitamente até 31 de dezembro de 2023.
Ao mesmo tempo, o país se tornou o 27º Estado a aderir ao espaço Schengen, uma ampla região com mais de 400 milhões de europeus que podem viajar livremente, sem controles nas fronteiras domésticas.
Esperança
As portas que assim se abrem para os quase 4 milhões de habitantes da Croácia despertam a esperança de um futuro melhor graças ao esperado impulso à sua economia, e sobretudo ao setor do turismo do país adriático, responsável por 20% da sua produto interno bruto (PIB).
Cerca de 75% dos viajantes que a visitam já vêm de países do espaço Schengen e os economistas prevêem que esse fluxo aumente mais este ano, atraídos pelo fato de não terem de fazer filas nas fronteiras ou trocar moeda.
Por outro lado, os croatas e as suas mercadorias poderão circular mais facilmente no espaço Schengen e na zona euro sem terem de comprar moeda estrangeira. “A Croácia ficará mais forte, mais resistente, protegida, mais atraente, segura, confiável para todos que querem fazer negócios, investir e ser turistas na Croácia”, prometeu o primeiro-ministro do país, o conservador Andrej Plenkovic.
A entrada na zona do euro e no espaço Schengen representam “dois objetivos estratégicos para alcançar uma maior integração na UE”, disse o primeiro-ministro.
A Presidente da Comissão Europeia (Executivo da UE), Ursula von der Leyen, visita no domingo o país celebrar estes dois eventos.
A Croácia conquistou a independência da antiga Iugoslávia em 1991, após uma guerra na qual morreram cerca de 20 mil pessoas, e desde julho de 2013 faz parte da UE.
Perante a atual crise energética, agravada pela guerra na Ucrânia, a economia croata registou em novembro uma inflação de 13,5%, superior à média de 10% da zona euro./AFP e EFE
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