ZAGREB - Em uma atitude distinta à do governo húngaro, o primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, afirmou nesta quarta-feira que todos os refugiados do Oriente Médio que chegarem a seu país poderão atravessá-lo em seu caminho rumo à Europa Ocidental.
Ao mesmo tempo, ONGs, como a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), alertaram para o perigo que os imigrantes sofrem ao percorrer o território croata: as cerca de 51 mil minas terrestres remanescentes da Guerra dos Bálcãs, nos anos 90.
O premiê criticou a atitude da Hungria e afirmou que os muros que estão sendo erguidos no continente “enviam uma mensagem horrorosa e perigosa”. “A cerca na Europa, no século 21, não é uma resposta, é uma ameaça”, afirmou Milanovic.
Segundo ele, a política migratória do governo húngaro é de caráter conservador e nacionalista, mas a Croácia está preparada para aceitar e orientar os refugiados “para onde eles quiserem ir”, sem importar sua religião ou cor de pele.
Mas, apesar da receptividade croata, a travessia pelo país enfrenta outro problema. Em um relatório, a ONG Médicos Sem Fronteiras chamou a atenção para o risco representado pelas milhares de minas terrestres não mapeadas instaladas na fronteira com a Sérvia durante a Guerra dos Bálcãs.
Segundo o MSF, mais de 500 pessoas foram mortas por minas terrestres nos últimos 20 anos na Croácia. O órgão responsável por essa questão no país afirma que existem cerca de 51 mil minas e o trabalho de retirada dessas minas só deve ser concluído em 2019.
O governo croata argumentou que os campos minados estão marcados com grandes sinais de alerta. Mas o conselheiro do Escritório da Croácia para Ação contra Minas, Hrvoje Debac, alertou às pessoas que permaneçam nas estradas. / EFE
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