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Debate Trump vs Biden: horário, como assistir e o que esperar do primeiro embate entre os dois?

Política externa, idade dos candidatos e inflação estão entre as questões que devem ser debatidas entre os dois políticos que tentam convencer eleitores indecisos

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Por Redação

O democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump encontram-se nesta quinta-feira, 27, para o primeiro debate presidencial da corrida à Casa Branca de 2024. Organizado pela CNN em seus estúdios em Atlanta, no sul dos Estados Unidos, o debate iniciará às 21h na hora local (22h em Brasília).

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A CNN transmitirá o debate, que deverá ter 90 minutos, em todas as suas plataformas, incluindo a CNN Brasil com transmissão em português e o portal CNN.com. Os leitores do Estadão poderão contar com uma cobertura ao vivo, que também disponibilizará a transmissão da emissora americana PBS.

Os adversários são os dois candidatos mais velhos da história. Além de suas idades e aptidão para governar, o aborto, conflitos internacionais como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, inflação, a segurança na fronteira com o México e o fluxo de migrantes estão entre as questões que devem ser debatidas entre os dois políticos que tentam convencer eleitores indecisos, cujos votos serão determinantes em alguns Estados.

Cartaz para o debate presidencial da CNN foi colocado em seus estúdios em Atlanta, Geórgia. Biden e Trump se enfrentarão no primeiro debate nesta quinta-feira.  Foto: Kevin Dietsch/Getty Images via AFP

Sem plateia, e com novas regras

Junho é um momento muito mais cedo do que quando normalmente acontecem os debates presidenciais nos Estados Unidos. Os candidatos dos principais partidos geralmente se enfrentam no final de setembro e outubro. Mas a equipe de Biden quer encerrar os debates com o início da votação antecipada, sugerindo que debates mais cedo dariam aos eleitores a chance de julgar os candidatos antes que as cédulas iniciais fossem lançadas e permitiriam que os indicados se concentrassem na campanha nas últimas semanas da disputa.

Outra mudança são as novas regras destinadas a minimizar um potencial novo clima caótico, já que em 2020 o encontro foi marcado por interrupções e gritos como “quer calar a boca, cara?”. O microfone de cada candidato ficará silenciado, exceto quando for sua vez de falar. Por um pedido da equipe de Biden, também não haverá público no estúdio para gritar vaias e vaias.

Apenas Trump e Biden estarão no palco. Robert F. Kennedy Jr., o candidato independente, não conseguiu se qualificar para participar. E a mediação será de Jake Tapper e Dana Bash.

Aborto, migração e idade na linha de frente

Especialistas indicam que Biden deve tentar tocar na questão do direito ao aborto, sobre a qual o magnata republicano tem uma posição ambígua. Em 2022, a Suprema Corte americana anulou o direito constitucional à interrupção à gravidez, e a decisão teve fortes repercussões políticas: os conservadores perderam quase todos os referendos ou votações sobre o direito ao aborto, inclusive em estados como Ohio, Alabama e Kansas, em votações surpreendentes.

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Segundo uma pesquisa da Fox News publicada na quarta-feira, 47% dos eleitores consideram que o tema do aborto é “extremamente importante” na hora de decidir entre os dois. Trump repete diversas vezes que a sentença da Suprema Corte foi possível graças às nomeações de juízes feitas por ele, mas se mostra deliberadamente ambíguo sobre o tema.

Mas além da argumentação, Biden terá de convencer na forma. Em seus comícios, Trump costuma zombar das gafes do democrata, criando um ponto fraco para Biden a partir da dúvida se ele tem condições físicas e mentais para seguir no cargo. Trump chegou a sugerir publicamente que seu rival poderia estar “dopado” durante o duelo de quinta-feira, e o assunto também deve vir à tona.

Debate, realizado mais cedo do que o normal, não terá plateia para evitar interrupções e gritos como aconteceu em 2020. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst/Arquivo

A política migratória, da mesma forma, deve inflamar o debate. Trump, que é conhecido pelo discurso anti-imigração e que aplicou uma política de “tolerância zero”, promete medidas “tão draconianas quanto necessárias”. Biden acusa Trump de sabotar uma tentativa bipartidária de encontrar uma solução e afirma que não irá “demonizar os imigrantes”.

Política externa em jogo

As guerras na Ucrânia e em Gaza, assim como a relação com a China e o futuro da Otan, são questões decisivas para parte dos eleitores e também devem ser trazidas pelos candidatos.

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Biden liderou uma coalizão de países que apoiam a Ucrânia após a invasão russa em fevereiro de 2022 e estreitou laços com Volodmir Zelenski. A sua estratégia é opor-se ao envio de tropas terrestres, mas fornecer apoio maciço ao país .Por outro lado, Trump usou a sua influência sobre os republicanos no Congresso para bloquear durante meses um pacote de US$ 61 bilhões de em ajuda militar a Kiev. e afirma que se vencer as eleições, acabará com a guerra.

Na mesma linha, Trump assegura que o ataque dos comandos do Hamas a Israel não teria ocorrido se ele estivesse no comando da Casa Branca. O conservador acusa Biden de ter abandonado Israel, apesar de o presidente ter demonstrado um apoio quase inabalável desde o início da guerra.

Quanto à China, ambos consideram o país o principal rival estratégico dos Estados Unidos e em alguns aspectos Biden aplicou a mesma política econômica protecionista do seu antecessor. O presidente democrata é favorável a estabilizar a relação com Pequim e geri-la de forma “responsável”, enquanto o republicano considera a China um inimigo e defende uma política mais rígida.

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Já na Otan, outro lado, o contraste é crítico. Biden celebra ter restabelecido as alianças dos Estados Unidos, inclusive dentro da Otan, enquanto Donald Trump ameaça sair da organização. Biden quer uma Aliança “mais forte do que nunca” em resposta à invasão da Ucrânia e Trump provocou indignação ao dizer que encorajaria Vladimir Putin a “fazer o que quiser” se um país membro da Otan não respeitar os seus compromissos financeiros com a organização./AFP e NYT.

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