WASHINGTON - Democratas tentam nesta quarta-feira, 7, reunir apoio para aprovar o envio de ajuda militar para a Ucrânia, que enfrenta a invasão russa, e para Israel em sua guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza depois de aliados republicanos do ex-presidente Donald Trump se recusarem a aprovar uma lei de reforma migratória.
Por semanas, os republicanos condicionaram o envio de US$ 60 bilhões em ajuda à Ucrânia e US$ 10 bilhões para Israel a um aperto na repressão contra a imigração ilegal. Quando os democratas cederam, Trump, que pretende usar a crise migratória como principal ponto de sua campanha para retornar à presidência, impulsionou o boicote ao acordo, que tinha sido negociado pela cúpula dos dois partidos no Senado.
Os senadores agora seguirão para outra votação para financiar aliados americanos — que também inclui bilhões para aliados no Pacífico e US$ 10 bilhões em ajuda humanitária para Gaza, Ucrânia e outros países — sem as reformas fronteiriças.
“Esperamos apenas que eles possam chegar a um sim em algo”, disse o líder da maioria no Senado, o democrata Charles E. Schumer, na quarta-feira.
Contradições
A votação encerra uma semana constrangedora para os senadores republicanos. “Isso tudo é ultrajante”, disse a senadora democrata Debbie Stabenow. “É realmente constrangedor para o Senado dos Estados Unidos.” Ela disse que a sugestão republicana de adiar a votação após o recesso de duas semanas do Senado seria um “presente para Vladimir Putin”.
Em um discurso no plenário antes da votação, o senador James Lankford, principal negociador republicano do projeto de lei, disse estar decepcionado que alguns de seus colegas estavam decidindo não tentar resolver a crise na fronteira simplesmente porque é um ano eleitoral presidencial. Lankford também disse que foi ameaçado por um “comentarista popular” que lhe disse: “Se você tentar aprovar um projeto de lei que resolva a crise na fronteira durante este ano presidencial, farei o que puder para te destruir.”
O projeto de US$ 118 bilhões inclui mudanças abrangentes no sistema de asilo do país e um mecanismo para efetivamente fechar a fronteira para a maioria dos migrantes quando as travessias estão particularmente altas.
Ele foi endossado pelo sindicato firmemente conservador dos oficiais da Patrulha de Fronteira e criticado por grupos de direitos dos refugiados, incluindo a Anistia Internacional EUA, por conter “as propostas anti-imigrantes mais extremas que este país já viu em 100 anos”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.