TEL-AVIV - Deputados e ministros do gabinete do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, participaram nesta terça-feira, 14, de uma manifestação em defesa da expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza e da volta dos assentamentos judeus. O comício, que reuniu 50 mil ultranacionalistas, em celebração ao Dia da Independência, foi realizado na cidade de Sderot, perto da fronteira do enclave.
O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, defendeu a “emigração voluntária” dos palestinos de Gaza. O Ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, afirmou que novos assentamentos judeus eram a única forma de garantir a segurança de Israel. O deputado Zvi Sukkot, do partido Sionismo Religioso, lamentou a retirada dos colonos de Gaza, em 2005, que teria sido responsável pelo ataque do Hamas, em 7 de outubro.
O evento foi organizado pela organização Nachala, com histórico radical de atividades de colonização ilegal, ao lado de outros grupos religiosos radicais e ultranacionalistas. Durante o encontro, grupos palestinos em Gaza dispararam três foguetes contra Sderot, forçando os participantes a se deitarem no chão durante os discursos. Os projéteis foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea.
A Nachala apresentou ontem planos para seis novos assentamentos em Gaza – os mesmos divulgados pela primeira vez em uma conferência realizada em Jerusalém, em janeiro. “Para acabar com o problema, precisamos retornar a Gaza já. Voltar para casa! Voltar para nossa terra santa!”, afirmou Ben-Gvir, um dos últimos a discursar, para o delírio da multidão. “Em segundo lugar, precisamos incentivar a emigração. Incentivar a partida voluntária dos residentes de Gaza. É ético, é racional, é correto, E sim, é humano.”
Esta é a segunda vez que Ben-Gvir defende publicamente a expulsão em massa de palestinos de Gaza como forma de resolver o conflito. O deputado Karhi, que faz parte da ala mais radical do Likud, o partido de Netanyahu, fez comentários semelhantes. “Para preservar as conquistas pelas quais nossos soldados deram a vida, temos de colonizar Gaza”, disse.
Desde janeiro, os EUA vêm criticando o discurso radical de Ben-Gvir. Netanyahu, por enquanto, rejeita a ideia de reassentamentos em Gaza. A ideia de realocação dos fora do enclave também enfrenta oposição da comunidade internacional, em especial dos países árabes.
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Avanço em Rafah
As Forças de Defesa de Israel (FDI) avançaram em suas posições dentro da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta terça, chegando a alguns distritos residenciais no município que faz fronteira com o Egito. Mais de 1 milhão de civis palestinos se deslocaram para a cidade por conta da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em outras regiões do enclave palestino.
Aliados internacionais de Israel e organizações de ajuda humanitária sinalizaram preocupação com uma operação militar mais abrangente em Rafah por conta da grande quantidade de civis palestinos e a possibilidade de uma catástrofe humanitária.
Contudo, desde a semana passada Tel-Aviv tem aumentado a presença militar no sul do enclave. No dia 7 de maio, tanques israelenses tomaram a passagem de fronteira entre Rafah e o Egito e exigiram o deslocamento de civis palestinos de algumas áreas da cidade. O Exército israelense afirmou que os combates com o grupo terrorista Hamas ocorreram no leste de Rafah nesta terça-feira.
De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, mais de 80 pessoas morreram por conta de bombardeios israelenses nas últimas 24 horas./NYT
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