O preso que esfaqueou 22 vezes o ex-policial Derek Chauvin, numa prisão federal na semana passada, foi acusado formalmente de tentativa de assassinato na sexta-feira, 1º. Ele disse aos oficiais que pretendia matar Chauvin se eles não tivessem intervindo, afirmou o Departamento de Justiça.
John Turscak, de 52 anos, foi acusado também de agressão com intenção de cometer assassinato, agressão com uma arma perigosa e agressão resultando em lesão corporal grave no ataque de 24 de novembro.
Chauvin, de 47 anos, foi condenado por assassinato na morte de George Floyd em 2020. Turscak e Chauvin estavam na biblioteca de direito da prisão por volta das 12h30, de acordo com uma denúncia criminal, quando Turscak supostamente esfaqueou Chauvin quase duas dezenas de vezes com uma “arma improvisada”.
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Os oficiais usaram spray de pimenta para render Turscak. A denúncia alega que Turscak disse aos agentes do FBI que havia considerado atacar Chauvin por cerca de um mês por ser um “detento de alto perfil”.
O ataque ocorreu no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, a Black Friday, um dia que Turscak vinculou ao movimento Black Lives Matter e ao símbolo da “Black Hand” associado à Máfia Mexicana, afirmou a denúncia.
Chauvin ficou gravemente ferido e foi levado para um hospital após o ataque. Nenhum outro preso ou funcionário da prisão ficou ferido, informou o Escritório de Prisões após o incidente.
“Estou triste ao saber que Derek Chauvin foi alvo de violência”, disse o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, em comunicado após o ataque. “Ele foi devidamente condenado por seus crimes e, como qualquer indivíduo encarcerado, deveria poder cumprir sua pena sem medo de retaliação ou violência.”
Tentativa de assassinato e agressão com intenção de cometer assassinato carregam penas máximas de 20 anos de prisão cada uma. Agressão com uma arma perigosa e agressão resultando em lesão corporal grave carregam penas máximas de dez anos de prisão cada uma. Turscak poderia ser libertado em junho de 2026. Ele estava cumprindo uma sentença de 30 anos por crimes cometidos enquanto atuava como informante do FBI na Máfia Mexicana, segundo o Los Angeles Times.
Chauvin foi transferido para a prisão federal de Tucson em agosto de 2022, conforme relatado pela Associated Press. A instalação é uma prisão de segurança média. Ele está cumprindo mais de 20 anos de pena federal por violar os direitos civis de Floyd, além de uma sentença estadual de 22 anos por assassinato de segundo grau.
Chauvin entrou com um recurso no mês passado, alegando que novas evidências mostravam que ele não era responsável pela morte de Floyd. A Suprema Corte rejeitou seu pedido de um novo julgamento em 20 de novembro, dias antes do esfaqueamento./WP
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