WASHINGTON - Chelsey Brown estava em um mercado de pulgas de Manhattan no verão passado quando viu uma velha carta manuscrita. Por capricho, ela decidiu: “Vou comprar este item por um dólar, levá-lo para casa e tentar rastreá-lo”.
Após meia hora em um site de genealogia em seu apartamento em Nova York, ela encontrou os descendentes da pessoa a quem a carta foi endereçada. Ela então ofereceu a carta há muito perdida, que foi aceitacom entusiasmo.
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“Daquele momento em diante, nunca mais parei”, disse Chelsey, de 28 anos, explicando seu hobby incomum. Até hoje, Chelsey devolveu centenas de heranças – ela parou de contar depois que atingiu 190 em setembro do ano passado.
Como designer de interiores especializada em decoração econômica, Chelsey há muito tempo é fanática por mercados de pulgas. Mas agora ela usa principalmente suas habilidades para procurar lembranças significativas – e reunir heranças familiares esquecidas com seus legítimos donos.
Pai e filha juntos em uma missão
Ela e seu pai, que é um genealogista treinado, começaram a trabalhar em casos de genealogia como uma dupla em 2019. Eles começaram encontrando a família de uma menina que foi enterrada em 1938 em um cemitério de Nova York, bem ao lado da avó de Chelsey.
Os Browns tornaram sua missão rastrear a linhagem da menina. Eles conseguiram encontrar seus parentes vivos, que sabiam que ela existia, mas não sabiam onde ela estava enterrada. Em uma resposta por e-mail aos Browns, a sobrinha da criança disse que estava grata por finalmente poder visitar o túmulo.
“Agora ela não precisa mais ficar sozinha”, escreveu a sobrinha da menina aos Browns, disseram eles.
“Foi quando tudo começou para mim”, disse Chelsey. “Essas reações são exatamente o que me alimentam. É por isso que continuo fazendo isso.”
Todo fim de semana, Chelsey visita lojas de antiguidades em busca de heranças, como cartas de amor perdidas, livros, diplomas do ensino médio e álbuns de fotos, que geralmente custam entre US$ 1 (R$ 5,46) e US$ 5 (R$ 27) cada, dependendo do fornecedor e do item. Ela cobre o custo dos objetos, assim como as taxas de postagem para enviá-los aos descendentes, o que geralmente custa US$ 8 (R$ 43) adicionais. Ela estima que já gastou milhares de dólares em devoluções até agora.
“É algo que adoro fazer e fico feliz em pagar por isso”, afirma Chelsey, acrescentando que também fez parceria com o MyHeritage, uma plataforma de genealogia, para trabalhar em algumas pesquisas.
Ela disse que é capaz de rastrear os descendentes de cerca de 80% dos itens que encontra, pois normalmente opta exclusivamente por coisas que contêm alguma forma de pista, seja um nome, data ou outro marcador de identificação. Ela então usa o MyHeritage para construir uma árvore genealógica e procurar descendentes em potencial.
Recentemente, ela encontrou um antigo cartão de Dia dos Namorados escrito por uma mulher para o marido e o devolveu à neta do casal. Ela também entregou de voltacartas de amor da década de 1960 para a mulher para quem foram originalmente escritas – marcando a primeira vez que Chelsey devolveu um item ao proprietário original. “Estes não são apenas itens, são tesouros”, disse ela.