A presidente do Peru, Dina Boluarte, prorrogou o estado de emergência neste domingo, 15, por mais 30 dias devido aos protestos que tomaram o país em dezembro e já resultaram em 49 mortes.
Apesar do decreto de emergência, estradas continuam bloqueadas por manifestantes que pedem a renúncia de Boluarte e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
O estado de emergência está em vigor nas regiões de Lima, Cusco, Puno e Callao, em três outras províncias e em um distrito, sendo destinado às áreas onde ocorreram os maiores protestos na última semana.
Os direitos constitucionais relacionados a inviolabilidade de domicílio, liberdade de trânsito pelo território nacional, liberdade de reunião e a liberdade e segurança pessoal estão suspensos durante o período emergencial.
O decreto também determina que a Polícia Nacional do Peru e as Forças Armadas são responsáveis por manter a ordem interna.
Durante o período em que a crise política peruana se agravou, após a prisão do ex-presidente Pedro Castillo por tentativa de golpe de estado, em dezembro, as forças de segurança do país entraram em confronto com manifestantes pró-Castillo que resultaram em mortes.
Junto com o estado de emergência, o governo peruano também estendeu por dez dias o toque de recolher obrigatório, entre 20h e 4h, na região sul de Puno.
Na cidade de Juliaca, localizada na região, os protestos resultaram em 17 mortes. Nesta área, as demandas vão da renúncia de Boluarte à volta de Castillo.
A violência nas manifestações levou o Ministério Público a abrir uma investigação contra Dina Boluarte por genocídio. “Mesmo tendo verbalizado que seu governo será de transição, a presidente parece não ter consciência disso e age como um governo regular, de cinco anos”, explica o analista político peruano José Carlos Requena. /AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.