Direita e esquerda radicais lideram pesquisa para eleições legislativas na França

Coalizão de centro de Emmanuel Macron perde força e deve se tornar a terceira força no Parlamento francês, indica projeção

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Por Redação

PARIS - Uma pesquisa de intenção de voto para as eleições legislativas na França indica a liderança da direita radical sobre a coalizão de esquerda e movimento de centro liderado pelo presidente Emmanuel Macron. Nesta sexta-feira, 28, último dia de campanha, os partidos político ainda lutam para atrair eleitores.

Às vésperas do primeiro turno, em 30 de junho, uma grande pesquisa do instituto Ipsos, publicada na quinta-feira, projeta uma vitória para o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella, com 36% dos votos. A esquerda radical reunida na coalizão Nova Frente Popular tem 29%. O Partido de Macron tem 19,5%.

“Quero evitar que os extremos, especialmente a extrema direita, ganhem estas eleições”, disse nesta sexta-feira o primeiro-ministro de centro-direita, Gabriel Attal, instando os franceses a votarem na aliança do presidente Emmanuel Macron.

Marine Le Pen faz campanha para as eleições legislativas francesas Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS

Duelo no Parlamento

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O principal adversário é o jovem líder de extrema direita Jordan Bardella, 28 anos, que o partido Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen promove como candidato a primeiro-ministro, caso obtenha maioria absoluta na Assembleia Nacional (câmara baixa).

.A França tem um regime semipresidencialista, e o primeiro-ministro é responsável por ditar a agenda legislativa e negociar a aprovação de leis. Com uma maioria de oposição no Congresso, Macron, que tem mandato até 2027, teria dificuldade de implementar suas políticos.

O resultado após o segundo turno, em 7 de julho, é, no entanto, incerto devido ao próprio sistema eleitoral: os 577 deputados são eleitos em círculos eleitorais não nominais, com sistema majoritário em dois turnos.

Macron e a mulher, Brigitte, em evento de campanha em Paria Foto: Hannah Mckay/AP

Estratégia controvertida

Macron antecipou as votações em 9 de junho após a vitória do RN nas eleições para o Parlamento Europeu. Os adversários do RN tentaram na reta final alertar para o risco da chegada ao poder da direita radical, que tem se esforçado na última década para moderar a imagem herdada do seu fundador Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas e antissemitas.

Attal os acusou de apoiarem “mais de cem candidatos” com declarações “racistas, antissemitas e homofóbicas”, e criticou, assim como a esquerda, a proposta de limitar o acesso a cargos estratégicos aos franceses com dupla nacionalidade.

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Outra das polêmicas foram as declarações de Marine Le Pen, que sugeriu que, caso chegassem ao poder, Macron teria dificuldade, por exemplo, em enviar tropas para apoiar a Ucrânia contra a Rússia, apesar de ser o chefe das Forças Armadas.

Macron tornou-se um dos mais fortes apoiadores europeus da Ucrânia e uma vitória do RN pode enfraquecer sua posição, apesar de Bardella garantir na quinta-feira que pretende apoiar a Ucrânia, mas evitar uma escalada com Moscou.

Os primeiros indícios sobre se a extrema direita se aproxima ou não do poder surgirão na noite de domingo, quando será conhecido se há deputados eleitos no primeiro turno e a configuração dos duelos no segundo: com dois ou mais candidatos./AFP

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