A ditadura de Nicolás Maduro prendeu nesta terça-feira, 30, Freddy Superlano, um dos líderes da oposição da Venezuela, segundo informações fornecidas por seu partido, o Voluntad Popular (VP), na plataforma X. A legenda faz parte da coalizão oposicionista Plataforma Unitária, de María Corina Machado.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos o nosso coordenador político nacional, Freddy Superlano, foi sequestrado”, afirmou o partido.
Protestos
A prisão ocorre em um momento delicado na Venezuela, com manifestações que se espalharam por todo o país na segunda-feira, 29, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarar no domingo, 28, que Nicolás Maduro venceu as eleições com 51% dos votos. O resultado foi contestado pela líder da oposição María Corina Machado.
Machado denuncia uma fraude no pleito presidencial e disse ter “como provar a verdade” de que a eleição foi vencida por Edmundo González Uruttia. A política explicou que, após ter acesso a cópias de 73% das atas da apuração, a projeção é de uma vitória da oposição com 6,27 milhões de votos, contra 2,75 milhões para Maduro.
De acordo com a ONG Foro Penal e a Pesquisa Nacional de Hospitais, projeto que monitora a crise hospitalar na Venezuela, quatro pessoas morreram nas manifestações e 44 ficaram feridas.
Vídeo da prisão
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que Superlano é detido pela polícia venezuelana. A conta do político na plataforma X divulgou o ocorrido.
Isolamento internacional
A detenção de um dos líderes da oposição venezuelana deve aumentar ainda mais o isolamento internacional da ditadura Maduro. Nesta terça-feira, 30, o regime chavista anunciou a suspensão dos voos de e para o Panamá e a República Dominicana a partir de quarta-feira, 31, devido às “ações de interferência” dos governos desses dois países, que questionaram a transparência na reeleição de Maduro.
Saiba mais
A relação de Caracas com os países da América Central azedou após a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocar uma reunião extraordinária a pedido destes países junto aos governos do Uruguai, Peru, Paraguai, Equador, Costa Rica e Argentina.
Em resposta, o regime chavista expulsou o corpo diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, Republica Dominicana e Uruguai.
Centro Carter
Um dos poucos institutos independentes que foram autorizados a observar as eleições venezuelanas, o Centro Carter cancelou a divulgação de um relatório preliminar sobre o pleito do país e optou por retirar toda a sua equipe da Venezuela, segundo informações da CNN em Espanhol.
Na segunda-feira, 29, Centro Carter pediu às autoridades eleitorais venezuelanas que publiquem os resultados da eleição de domingo, 28, em cada centro de votação, alegando que os dados detalhados são fundamentais para seu trabalho de observação independente./com AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.