Dívida recorde dos EUA pode inviabilizar promessas de Trump, dizem especialistas

Juros da dívida vão consumir mais de US$ 1 trilhão no próximo ano; quando Donald Trump deixou a presidência, em 2020, o governo gastava US$ 345 bilhões

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Por Redação

WASHINGTON - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, terá que enfrentar um problema quando assumir a Casa Branca em janeiro: a dívida pública do país atingiu US$ 36 trilhões (cerca de R$ 208,8 trilhões) e só o pagamento de juros consumirá mais de US$ 1 trilhão no próximo ano – valor superior ao orçamento militar americano.

Segundo especialistas, esse cenário deve dificultar a implementação das promessas de campanha de Trump, como cortes de impostos e programas de estímulo econômico. O custo da dívida também afeta diretamente os americanos, com juros mais altos para financiamento de casas e carros, questão que ajudou Trump a vencer as eleições de novembro.

O presidente norte-americano, Donald Trump Foto: Evan Vucci/AP

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“O nível atual da dívida está pressionando os juros para cima, inclusive nas hipotecas”, disse Shai Akabas, diretor do Bipartisan Policy Center. Ele alertou que cerca de 20% dos gastos do governo agora são destinados a pagar credores, em vez de investimentos em infraestrutura e educação.

Trump nomeou o investidor Scott Bessent para comandar o Tesouro americano, com a missão de “conter o caminho insustentável da dívida”. Quando Trump deixou a presidência em 2020, o governo gastava US$ 345 bilhões por ano com juros. Agora esse valor vai triplicar.

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“É irresponsável repetir os mesmos cortes de impostos quando o déficit triplicou”, criticou Brian Riedl, do Manhattan Institute, ex-assessor republicano no Congresso. Os democratas argumentam que os cortes propostos por Trump beneficiam principalmente os mais ricos e reduzem recursos para programas sociais.

A equipe de Trump já estuda alternativas, como aumentar tarifas de importação e cortar gastos aprovados pelo governo Biden. No entanto, especialistas lembram que a última vez que os EUA enfrentaram um problema similar foi no início dos anos 1990, quando o então presidente Bill Clinton precisou fazer um acordo bipartidário para equilibrar as contas. /AP

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