Do esporte ao cinema, os ecos do movimento #BlackLivesMatter

Após o homicídio de George Floyd, protestos contra a brutalidade policial e o racismo geraram uma onda de solidariedade

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Por Redação
Atualização:

Liderados pelo movimento #BlackLivesMatter após a morte do afro-americano George Floyd, os protestos contra a brutalidade policial contra os cidadãos negros nos Estados Unidos e o racismo no geral geraram uma onda de solidariedade.

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Empresas, organizações e personalidades de todos os segmentos ampliaram as declarações em apoio ao movimento e refletiram sobre o próprio tratamento em relação às minorias, enquanto trabalhadores negros relataram nas redes sociais a discriminação que já sofreram. 

Há "um consenso crescente" sobre a necessidade de enfrentamento do racismo na sociedade americana, analisa Andra Gillespie, diretora do Instituto de Estudos Raciais da Universidade Emory, na Georgia, para quem esses testemunhos lembram os do movimento #MeToo, que foi desencadeado pelo caso envolvendo o produtor cinematográfico Harvey Weinstein, em 2017.

O astro da NBA LeBron James Foto: Nelson Chenault/USA Today Sports

No entanto, serão necessários meses, ou anos, para saber se essas expressões de solidariedade "são apenas palavras vazias, ou se podem gerar mudanças substanciais", ressalta Gillespie.

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Aqui estão os segmentos, nos quais o movimento teve mais eco: 

Da NBA à Nascar

O jogador da NBA LeBron James foi um dos primeiros a reagir à morte de Floyd. Ele criou uma associação para convencer os eleitores negros a irem em massa às urnas nas eleições presidenciais marcadas para 3 de novembro.

Outra lenda da NBA, Michael Jordan, anunciou uma doação de US$ 100 milhões para organizações que trabalham pela igualdade racial e justiça social.

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Um total de 1.400 membros das ligas esportivas americanas - incluindo o jogador de futebol Tom Brady - enviou uma carta ao Congresso, exigindo o fim da impunidade policial. 

O chefe da NFL, Roger Goodell, disse que "errou" por não ouvir os jogadores antes e incentivou as equipes a recrutarem o quarterback Colin Kaepernick. Sua presença foi banida dos estádios por ter denunciado a brutalidade policial no passado, ao se ajoelhar toda vez que ouvia o hino nacional antes de um jogo.

O campeonato automobilístico da Nascar proibiu as bandeiras confederadas em seus circuitos, ainda muito presentes no sul do país. 

Depois da Nike, que usou o rosto de Kaepernick em um anúncio em 2018, a alemã Adidas prometeu que 30% de suas novas contratações nos Estados Unidos serão de negros, ou de latinos.

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Anna Wintour questionada

Os protestos provocaram uma intensa reflexão e até demissões em muitas redações, de maioria branca. 

O responsável pelas páginas de opinião do jornal The New York Times renunciou após a publicação de uma coluna que sugeria o envio de militares para as manifestações. 

O editor-chefe do jornal The Philadelphia Inquirer deixou o cargo, após uma manchete que colocava violência policial e vandalismo no mesmo nível.

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O poderoso grupo editorial Condé Nast se viu no olho do furacão. Após a renúncia do editor-chefe da Bon Appétit, acusado de incentivar o racismo na revista, houve rumores sobre a renúncia da "papisa da moda" Anna Wintour, diretora da Vogue e também diretora artística do grupo editorial, que deveria se desculpar por "não ter feito o suficiente" por seus colaboradores negros.

"E o Vento Levou" com explicações

Amazon e Netflix criaram destaque para filmes e séries em seus catálogos de atores e diretores negros.

A HBO Max retirou de seu catálogo E o Vento Levou (1939), vencedor de oito estatuetas do Oscar, considerado um filme repleto de preconceitos raciais, e anunciou que voltará a distribuí-lo com uma introdução com explicação histórica.

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A diretora negra Ava DuVernay, conhecida por seus filmes contra o racismo, foi convidada para integrar o comitê diretor do Oscar, que agora conta com 12 pessoas negras em um total de 54. /AFP

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