O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confundiu a ex-mulher com uma escritora que o processa por estupro, depois de dizer que a acusadora não era seu “tipo”. O incidente aconteceu durante depoimento à Justiça no ano passado. Divulgados na terça-feira, 17, trechos disponibilizados pelas autoridades judiciais apontam que o republicano alegou, erroneamente, que uma foto mostrada a ele de Elizabeth Jean Carroll se tratava, na verdade, de um registro de sua segunda esposa, Marla Maples.
De acordo com os documentos, datados de 19 de outubro de 2022, Trump voltou a alegar que os relatos de Caroll não eram verdadeiros, porque a escritora não se enquadrava no “modelo” de mulher pelo qual se sente atraído. Quando questionado diretamente sobre a acusação de estupro, ele repetiu mais uma vez o argumento já utilizado antes.
“Vou dizer isso com muito respeito. Número um, ela não é meu tipo. Número dois, nunca aconteceu”, disse ele. “Fisicamente, ela não é meu tipo, e agora que eu indiretamente ouvi coisas sobre ela, não seria meu tipo de forma alguma”, complementou.
Apesar da justificativa usada, quando mostraram ao ex-presidente americano uma foto dele com Elizabeth Carroll, durante a década de 1990, Trump afirmou “essa é Marla, essa é minha esposa”. Em seguida, foi corrigido pelo próprio advogado.
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O político, de 76 anos, teve um relacionamento com Marla Maples, de 1993 a 1999. Este foi o segundo casamento do republicano, que hoje em dia é casado Melania Trump.
A escritora e jornalista, agora com 79 anos, instaurou um processo contra Trump por agressão sexual e difamação, após ele dizer em uma entrevista ao jornal americano The Hill, em 2019, que ela estava “mentindo totalmente” e “tentando comercializar seu livro”.
Carroll, colunista da revista Elle nos anos 1990 e mais tarde redatora de outras publicações importantes, não divulgou suas alegações na época do incidente. Mas, há pouco mais de três anos, narrou o episódio em um novo livro, provocando a negação de Trump.
Em novembro do ano passado, ela entrou com processo que busca indenização por danos psicológicos, dor e sofrimento, perda de dignidade e danos à sua reputação. O tribunal recebeu depoimentos sobre o caso de difamação em outubro, e o juiz afirmou que o julgamento seria aberto em 10 de abril./ AFP
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