EUA interceptam mísseis perto do Iêmen e tropas enfrentam ataques de drones no Oriente Médio

O Pentágono afirmou que bases americanas sofreram ataques na Síria e no Iraque e um navio dos EUA interceptou projeteis que vieram do Iêmen e iam na direção de Israel

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Por Dan Lamothe
Atualização:

As forças dos Estados Unidos no Oriente Médio foram ameaçadas por drones de ataque pelo menos cinco vezes em três dias e na quinta-feira, 19, Washington interceptou mísseis lançados por milícias no Iêmen, segundo informações do Pentágono, em meio a temores de que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas pudesse envolver outros países da região.

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Os incidentes envolveram tropas de Washington no Iraque e na Síria e um navio da Marinha no Mar Vermelho, afirmou o General Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono. Em entrevista coletiva, Ryder afirmou que bases americanas no Iraque foram atacadas por três drones na terça-feira, 17, e dois drones tentaram atingir uma base dos EUA na Síria na quarta-feira, 18. Washington também afirmou que na quinta-feira, 19, uma embarcação americana interceptou projeteis que haviam sido disparados em direção a Israel por militantes apoiados pelo Irã no Iêmen.

Militares americanos sofreram ferimentos leves nos ataques no Iraque e na Síria. Em um outro ataque, militares dos EUA tiveram que se abrigar na base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do Iraque na quarta-feira, por meio de avisos do sistema de alerta. O porta-voz do Pentágono afirmou que nenhum drone atingiu a base naquele momento, mas um funcionário americano que trabalhava na base morreu após sofrer uma parada cardíaca durante o toque das sirenes.

Esta imagem fornecida pela Marinha dos EUA mostra o USS Carney no Mar Mediterrâneo em 23 de outubro de 2018. Um navio de guerra dos EUA abateu três mísseis de cruzeiro e vários drones. Foto: Ryan U. Kledzik via AP

Os ataques renovaram as preocupações de Washington de uma possível escalada nas hostilidades contra os Estados Unidos em toda a região. Manifestantes de diversos países do mundo árabe foram as ruas para protestar por conta da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Nos últimos dias, uma série de grupos apoiados pelo Irã apelaram aos seus membros para que atacassem os aliados de Israel, incluindo os Estados Unidos, se estes apoiassem Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas. Esses grupos incluem tanto os Houthis no Iémen como milícias no Iraque e na Síria.

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Ryder descreveu os ataques no Iraque e na Síria esta semana como “de pequena escala”, mas “preocupantes e perigosos”. O Pentágono mantém a presença de cerca de 2.500 soldados americanos no Iraque e outros 900 na Síria, avaliando que são necessários para evitar o ressurgimento do grupo Estado Islâmico. Bases americanas são atacadas periodicamente com drones, foguetes e outras armas nos últimos anos, com o Pentágono normalmente atribuindo a violência às milícias apoiadas pelo Irã.

Teerã forneceu armas e treinamento ao grupo terrorista Hamas, aos Houthis e ao Hezbollah, um grupo terrorista baseado no Líbano, mas Ryder indicou que, até agora, os Estados Unidos não têm provas que liguem diretamente Teerã aos incidentes mais recentes.

“No momento, precisamos analisar isso individualmente”, disse Ryder. “Estamos levando isso a sério, e respondendo de forma adequada para que nossas forças sigam protegidas, mas nosso foco é dissuadir um conflito regional mais amplo e, neste momento, este conflito está contido entre Israel e o grupo terrorista Hamas”.

O Carney, o navio envolvido nos ataques de quinta-feira, faz parte do USS Gerald R. Ford Carrier Strike Group, que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou que entrasse no leste do Mar Mediterrâneo após o ataque do grupo terrorista Hamas. O navio transitou pelo Canal de Suez, de acordo com uma postagem da Marinha nas redes sociais, e passou pelo Mar Vermelho, ao sul de Israel. O Pentágono afirmou que irá enviar navios adicionais para a região, incluindo o USS Dwight D. Eisenhower Carrier Strike Group e os seus navios de escolta.

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