Duas mulheres devem disputar presidência do México em 2024 pela primeira vez

Com a ausência de um terceiro candidato em perspectiva, México poderá ter uma eleição presidencial inédita entre Claudia Sheinbaum e Xóchitl Gálvez

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Por Redação
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Duas mulheres devem fazer história nas eleições do México em 2024, ao competirem pela presidência do país. A ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, foi oficializada na quarta-feira, dia 6, como candidata do governo para enfrentar a opositora Xóchitl Gálvez, marcando a primeira vez que duas mulheres disputarão a posição mais alta no país.

Claudia Sheinbaum, física de 61 anos, emergiu como a candidata mais votada em um processo de pesquisas realizado pelo partido Morena, liderado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador. O presidente do Conselho Nacional do Morena, Alfonso Durazo, declarou que “a análise integral dos dados nos permite concluir de forma incontestável que a companheira Claudia Sheinbaum Pardo obteve a melhor posição entre os candidatos”.

Claudia Sheinbaum é a candidata favorita para vencer a eleição presidencial, superando Xóchitl. Foto: Raquel Cunha/ Reuters

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Claudia, que era a favorita desde o início da campanha, enfrentará Xóchitl Gálvez, uma senadora e empresária de origem indígena de 60 anos, oficializada como a candidata de uma coalizão de partidos de oposição. Com a ausência de um terceiro candidato em perspectiva, parece cada vez provável que o México terá uma eleição presidencial inédita, com duas mulheres concorrendo.

Este cenário se desenha em um país marcado pela violência relacionada ao tráfico de drogas, onda de feminicídios e tradição machista.

Duelo eleitoral representa choque de origens, personalidades e estilos

Claudia, de ascendência judaica vinda da Bulgária e da Lituânia, é conhecida como um perfil reservado e prudente, embora os adversários questionem seu carisma. Ela se autodenomina “filha de 68″, enfatizando herança das lutas sociais e distanciamento do PRI, o antigo partido hegemônico no México por sete décadas.

Originária da elite intelectual da Cidade do México, Claudia se compromete a prosseguir com as políticas do atual presidente López Obrador, que está restrito a um único mandato de seis anos, conforme a Constituição. Ela assegura que irá defender os menos favorecidos, incluindo as comunidades indígenas, e celebra os sólidos indicadores macroeconômicos do governo atual, que incluem uma moeda forte e finanças em boa forma.

Xóchitl Gálvez desafiou a adversária a fazer campanha sem o apoio do presidente do México.  Foto: Marco Ugarte / AP

Por outro lado, Xóchitl, originária de um povoado no estado de Hidalgo, tem origem humilde, sendo filha de um pai indígena otomí e uma mãe mestiça. Ela é engenheira e empreendedora que não hesita em usar linguagem forte nos discursos. Xóchitl promete combater a violência com os “ovários” e se declara liberal e progressista, reunindo as ideias de três partidos que a apoiam: o liberalismo econômico do PAN, a justiça social do PRD e a herança institucional do PRI.

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Embora Claudia tenha a vantagem da popularidade de López Obrador, Xóchitl desafiou a adversária a fazer campanha sem o apoio do presidente, alegando que seria uma disputa mais equilibrada. “Ela (Claudia) consegue sozinha, que diga a ele: (...) ‘O senhor se dedique a governar e me deixe ser a candidata’”, disse à AFP. “Porque então, eu teria que enfrentar o presidente da República e ela, e esta é uma disputa desigual”, destacou.

A candidata opositora também se compromete a não retroceder nos direitos conquistados pela comunidade LGBTQIA+ e pelas mulheres. De acordo com duas pesquisas recentes, Claudia é a candidata favorita para vencer a eleição presidencial, superando Xóchitl. Conhecida por ser determinada, Xóchitl acredita que pode reconquistar terreno após ter mobilizado e unificado rapidamente a oposição em apenas dois meses de campanha.

Aproveitando a alta popularidade do presidente, o partido Morena desponta como favorito nas eleições gerais de 2024, já que possui a maioria no Parlamento e governa em 23 dos 32 estados mexicanos. /AFP

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