O próximo governo da Alemanha será uma coligação de múltiplos partidos políticos, para formar uma maioria no Parlamento. Mas um partido será quase certamente excluído dessa coligação, independentemente do seu bom desempenho: a Alternativa para a Alemanha, de extrema direita, ou AfD.
Embora os resultados mostrem que a AfD ficou em segundo lugar na eleição, com 20,8% dos votos, os partidos alemães se recusam a formar um governo com o partido. Esse bloqueio é conhecido na Alemanha como “firewall” e é um resultado direto dos esforços do país pós-2ª Guerra Mundial para suprimir partidos e vozes rotuladas de extremistas.

Os partidos políticos da Alemanha chamam constantemente a AfD de extremista e membros do partido já foram condenados por violar a lei alemã contra a utilização de slogans nazistas. Recentemente, um membro da AfD cumprimentou outros membros do partido com uma saudação nazista.
Exclusão
Até agora, a Alemanha tem sido a grande potência europeia mais bem sucedida em excluir o seu partido de extrema direita do poder, juntamente com a França, onde um grupo de partidos rivais se envolveu em uma votação estratégica para negar ao partido Reagrupamento Nacional, de extrema direita, uma maioria no Parlamento.

Saiba mais
Outras firewalls semelhantes na Europa caíram ou ficaram sob pressão nos últimos anos, incluindo na Holanda, na Hungria e na Itália. No início deste mês, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, apelou a todos os europeus – incluindo os alemães – para trabalharem com partidos de extrema direita, que ele classificou como um reflexo dos eleitores em relação as políticas migratórias. “Não há espaço para firewalls”, disse Vance em Munique.
Os partidos políticos da Alemanha prometeram manter a barreira contra a AfD após as eleições – um pacto reiterada no domingo à noite por Friedrich Merz, que venceu as eleições.