É o Batman? É o Homem-Aranha? Não, é Giuliani

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Por Agencia Estado
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A tragédia do World Trade Center resgatou paradoxalmente das cinzas a figura do controvertido prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani. Pelo menos nesse momento crítico, Giuliani parece ter deixado para trás os problemas de saúde e de seus escândalos conjugais. Elogios "Um Winston Churchill com boné dos Yankees": assim o jornal Washington Post homenageou o "renascido" Giuliani. Ele pode também ser comparado a um Batman tentando salvar a Cidade Gótica ferida de morte: desde o primeiro momento em que o vôo AMR-11 se espatifou contra a torre norte do World Trade Center, o prefeito esteve na linha de frente e sempre no controle da reação da cidade diante de uma tragédia de proporções tão imensas que até a última terça-feira eram inimagináveis. Supermanager Giuliani fez as vezes de pastor, psicólogo, comandante-chefe, supermanager operacional: "Quero que os nova-iorquinos dêem ao país um exemplo de coragem. Que mostrem que o terrorismo não nos poderá deter", proclamou no primeiro dia da tragédia Giuliani, ao sair coberto de pó de um bunker subterrâneo onde havia ficado preso por cerca de 20 minutos logo após o choque contra as torres. No "Day After", um dia depois da tragédia, Giuliani continuou protegendo Nova York e desafiando o terror internacional: "Compareçam aos restaurantes, compareçam ao trabalho, mandem as crianças para a escola", disse a seus cidadãos ainda sob estado de choque. "Façam coisas para demonstrar que não têm medo", incentivou Giuliani com determinação. Suas palavras e seu exemplo transmitiram uma mensagem ao mundo: que a cidade de Nova York - e, por trás de Nova York, os EUA - está lenta, mas definitivamente voltando à normalidade. Teia Nos dias seguintes, o prefeito estendeu sua teia com se fosse o Homem-Aranha. Onipresente junto ao pessoal das equipes de resgate, junto a toneladas de escombros removidos, com avental branco ao lado dos feridos nos hospitais, com os parentes dos desaparecidos e com os médicos nos necrotérios. Diante da calamidade, Giuliani, que é conhecido por seu mau humor diante de um mínimo contratempo, manteve uma calma olímpica, abraçando - literal e metaforicamente - os inimigos políticos na rua: o prefeito republicano saudou efusivamente em privado Hillary Clinton e se reuniu com os ex-prefeitos democratas Ed Koch e David Dinkins. Sucessão E os elogios não vieram apenas das ruas: um editorial do jornal New York Times desta sexta-feira compara Giuliani com George W. Bush, colocando o primeiro como um exemplo de liderança. Apesar de tudo isso, os dias de Giuliani em Nova York estão contados: as eleições para sua sucessão estavam marcadas para 11 de setembro. Após os atentados, o pleito foi transferido para o próximo 25 de setembro, em um quadro político radicalmente diferente do de segunda-feira passada.

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