Na eleição dos EUA, Wall Street torce por Congresso dividido; Liderança da Câmara é incógnita

Nestas eleições, estão em jogo todas as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes; no Senado, 34 senadores buscam manter suas posições no legislativo americano

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Foto do author Aline Bronzati

NOVA YORK- Assim como a corrida pelo Salão Oval da Casa Branca, a disputa pelo comando do Congresso americano também está acirrada. Mas, nas quadras de Wall Street - próximo à Bolsa de Valores de Nova York- a torcida é para que a liderança das casas seja dividida de modo a evitar possíveis impulsos fiscais, agravando ainda mais o cenário da dívida pública dos Estados Unidos, independente de quem vença nas urnas.

Nestas eleições, estão em jogo todas as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes. No Senado, 34 dos 100 senadores buscam manter as suas posições, que estão sujeitas à renovação. “Não achamos provável que qualquer um dos lados tenha uma maioria muito forte no Congresso”, avalia o economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman.

Mercado acompanha incertezas das eleições mais polarizadas nos EUA nos útimos tempos Foto: Richard Drew/AP

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O Senado, atualmente de liderança dos Democratas, pode passar às mãos dos Republicanos, de acordo com o cenário projetado por diferentes bancos e consultorias. A grande incógnita está quanto ao controle da Câmara dos Deputados, que historicamente tende a favorecer o partido que leva também a Casa Branca, embora nem sempre seja assim.

O Inside Elections, um provedor de análise eleitoral não partidária, deu aos democratas uma vantagem ao inverter o controle da Câmara pela primeira vez em todo o ciclo. O partido da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, teria 214 assentos contra 213 de cadeiras detidas pelos Republicanos, e somente oito indecisos. A disputa está concentrada na Califórnia, que detém metade deles, conforme o provedor. “Independentemente disso, qualquer partido que controle o Congresso provavelmente terá apenas pequenas maiorias, o que deve funcionar como barreiras para medidas novas”, diz Tiffany Wilding, economista da Pimco, maior gestora de renda fixa do mundo.

Para a Capital Economics, há uma boa chance de que uma vitória de Donald Trump poderia dar o controle de ambas as casas do Congresso aos Republicanos. “Mesmo nesse cenário não esperamos que Trump tenha sucesso em aprovar um pacote de cortes de impostos adicionais no ano que vem”, diz.

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Wilding, da Pimco, observa que, mesmo no caso de uma vitória republicana, o grau de expansão fiscal precificada nos rendimentos dos Treasuries - título do tesouro americano- na reta final das eleições presidenciais nos EUA provavelmente não ocorrerá. Ambos os partidos sinalizaram com aumento de gastos durante as campanhas, mas a direção da política fiscal dos EUA depende centralmente de quem controla o Congresso, pondera o JPMorgan.

O Goldman Sachs alerta ainda que o resultado das eleições ao Congresso podem demorar mais do que o da corrida à Casa Branca, em especial, se depender do desfecho na Califórnia. “O que pode levar várias semanas para ser contabilizado”, projeta o gigante de Wall Street.

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