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Eleição na Argentina: quem é Sergio Massa, herdeiro do desastre peronista que tenta a presidência

Candidato do governo conseguiu unir peronistas nas primárias, mas enfrenta duras críticas dos rivais pela inflação galopante no país

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Foto do author Jéssica Petrovna
Atualização:

O advogado Sergio Massa, 51, anos tem a difícil missão de disputar a presidência da Argentina como candidato do governo mais impopular em duas décadas. O cargo ocupado por ele também não ajuda: ministro da economia do país onde a inflação anual se aproxima dos 140%. Depois de se afastar dos peronistas, ele foi chamado para socorrer o governo Alberto Fernandez e se consolidou como nome para sucessão.

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O então presidente da Câmara assumiu a Economia ano passado no lugar de Silvina Batakis, tida como nome próximo a Cristina Kirchner. Na época, a nomeação da economista chegou a ser considerada uma vitória para a vice-presidente, que criticava abertamente o primeiro titular da pasta, Martín Guzmán, pelo acordo com o FMI, o Fundo Monetário Internacional, que previa uma política econômica mais austera. Alvo da fritura, Guzmán acabou deixando o cargo e, cerca de um mês depois, Batakis também caiu.

Foi no meio dessa crise interna que Massa assumiu o que foi anunciado como “superministério”, que incluía Agricultura e Desenvolvimento Produtivo no guarda-chuva da Economia. Para chegar à disputa eleitoral, ele conseguiu reverter o apoio declarado de Cristina Kirchner ao ministro do interior Eduardo “Wado” de Pedro. Assim, pavimentou o caminho para enfrentar o jovem advogado Juan Grabois nas PASO, as primárias argentinas. O resultado foi esmagador: Massa teve 21,22% dos votos contra 5,67% de Grabois.

Ministro da Economia e candidato à presidência Sergio Massa fala com a imprensa. Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Atualmente, Massa é tido como um quadro mais neutro dentro do governo peronista. Ele já foi próximo de Cristina e chegou a ser chefe do Gabinete do governo kirchnerista, quando se licenciou do posto de prefeito de Tigre para ocupar brevemente o cargo entre 2008 e 2009.

Quando se lançou candidato à presidência, em 2015, no entanto, ele se afastou do peronismo e não poupou críticas a ex-chefe. Naquela eleição, a oposição liderada por Mauricio Macri saiu vitoriosa em um segundo turno com Daniel Scioli, o candidato apoiado por Cristina Kirchner, enquanto Sergio Massa amargou o terceiro lugar.

A reaproximação com os peronistas é motivo de desconfiança por parte do eleitorado. Também sobram duras críticas de todos os rivais na disputa à presidência pela crise econômica que atinge a Argentina. A inflação anual bateu 138% e a pobreza atinge mais de 40% dos argentinos enquanto o dólar segue em disparada e chegou a ultrapassar a marca dos 1.000 pesos.

Logo depois das primárias, já com a dupla função de ministro e candidato, ele anunciou uma série de medidas econômicas. A lista inclui benefícios para aposentados, pequenas e médias empresas, trabalhadores independentes, assalariados, o setor agrário e grupos que dependem de programas do Estado, entre outras.

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Massa tenta se defender das críticas apontando para a culpa para o atual presidente Alberto Fernández, que desapareceu da cena política na campanha. Ele também usa a cidade de Tigre, o reduto eleitoral onde já foi prefeito como um exemplo de gestão. Mais recentemente, culpou o libertário Javier Milei e suas propostas radicais pela inquietação do mercado nas últimas semanas antes da eleição.

Sergio Massa tem argumentado que as medidas que adotou enquanto ministro da Economia são parte de uma transição. Em linhas gerais, ele defende que é preciso combinar uma aumento das exportações com o equilíbrio fiscal para tirar o país do endividamento. Até aqui, Massa tem sobrevivido às divisões internas do peronismo, mas não tem conseguido conter a inflação, o que tende a ser um problema para ele no dia 22 de outubro./COM CAROLINA MARINS

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