Eleição no Equador: quem são os candidatos a presidente e o que defendem

A eleição está marcada para o dia 20 de agosto com reforço policial e das Forças Armadas para garantir a segurança da população e dos candidatos

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Por Redação

Os candidatos presidenciais do Equador encerraram suas campanhas na quinta-feira, 17, um dia marcado pela homenagem ao candidato assassinado Fernando Villavicencio. O novo presidente deverá completar o mandato 2021-2025, do incumbente, Guillermo Lasso, que deixa um país abalado pela violência vinculada ao narcotráfico, reveses econômicos e fortes protestos dos povos originários, que no passado levaram à deposição de três chefes de Estado entre 1997 e 2005.

A eleição está marcada para o dia 20 de agosto com reforço policial e das Forças Armadas para garantir a segurança da população e dos candidatos.

Saiba mais sobre os principais candidatos à presidência do Equador.

Luisa González

A candidata a presidência do Equador Luisa González realiza o seu último comício eleitoral antes das eleições que estão marcadas para o dia 20 de agosto  Foto: Marcos Pin/AFP

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A advogada de 45 anos Luisa González lidera todas as pesquisas de intenção de voto no Equador. González é a candidata do partido de esquerda Revolução Cidadã e ocupava uma cadeira na Assembleia Nacional do Equador desde 2021, quando foi eleita pela primeira vez. Caso consiga alcançar o posto de presidente, González será a primeira mulher a comandar o país sul-americano.

A candidata faz parte do movimento chamado de “correísmo”, do ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que comandou o país entre 2007 e 2017. O político mora na Bélgica desde 2017 e está inabilitado das eleições por conta de uma condenação a oito anos de prisão por corrupção no Equador.

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González trabalhou em diversos cargos da administração de Correa e é especialista em economia internacional e desenvolvimento. A candidata evoca um discurso que exalta a década governada por Correa, oferecendo um governo que tenha “segurança, trabalho e bem-estar”. Em entrevistas, a advogada afirma que vai fazer o “renascimento da pátria”.

A candidata afirmou que Correa será seu assessor e conselheiro caso ela seja eleita, mas que terá total autonomia para tomar as melhores decisões para o país.

Yaku Pérez

O candidato a presidência do Equador e líder indígena Yaku Pérez participa de comício antes das eleições que estão marcadas para o dia 20 de agosto  Foto: Rodrigo Buendia/ AFP

Yaku Pérez Guartambel é um líder indígena da tribo Kichwa Kañari e advogado de 54 anos. Ferrenho ativista contra a contaminação de água por empresas mineradoras, o político já travou diversas batalhas judiciais para a preservação da natureza.

Pérez foi prefeito da província de Azuay de maio de 2019 a outubro de 2020 e foi candidato a presidente do Equador em 2021, perdendo uma disputa acirrada com o atual mandatário do país, Guillermo Lasso, por uma participação no segundo turno, com uma diferença de apenas 30 mil votos. Pérez já levantou dúvidas em diversos momentos sobre a lisura das eleições em 2021.

O candidato juntou diversos partidos de esquerda em sua coalizão “Claro que é possível”. Pérez também conta com o apoio do partido indígena Pachakutik e aposta na criação de empregos e em uma resposta “firme” ao crime organizado, além de transparência nas contas públicas e a defesa de causas ambientais.

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Otto Sonnenholzer

O candidato a presidencia do Equador Otto Sonnenholzer participa de um comício eleitoral junto com a sua candidata a vice-presidente Erika Paredes  Foto: Vicente Gaibor del Pino / Reuters

O empresário Otto Sonnenholzner foi vice-presidente do Equador de dezembro de 2018 até julho de 2020 no governo do ex-mandatário Lenin Moreno. Ele chegou ao cargo após ser eleito pela Assembleia Nacional depois da renúncia da ex-vice María Alejandra Vicuna.

O político possui um mestrado em Administração Pública pela Universidade de Harvard.

Após renunciar ao cargo de vice, Sonnenholzner apoiou a candidatura do atual presidente conservador Guillermo Lasso nas eleições de 2021. Agora, Sonnenholzner concorrerá às eleições antecipadas de 20 de agosto, apoiado por uma aliança entre o movimento “Atuemos” e os partidos “Avança” e “Soma”. Ele não é filiado a nenhum partido político e essa é uma de suas cartas de apresentação.

Ele surge como uma das opções para obter os votos de uma corrente contrária ao “correísmo”.

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Sonnenholzner admite que o país vive uma crise, principalmente no quesito segurança, e diz não ter medo de enfrentá-la. Em seu plano de governo, ele propõe o controle dos presídios, a separação dos presos pelo grau de periculosidade e investimento em tecnologia.

Além disso, o candidato contempla a reativação da economia através da recuperação de infraestruturas públicas, já que admite que o tempo de gestão de um ano e meio será curto para novas obras. Ele acredita que essas medidas permitirão reativar a criação de empregos.

Jan Topic ‘Rambo’

O candidato a presidência do Equador Jan Topic participa do último ato de campanha em Guayaquil, Equador  Foto: Santiago Arcos /Reuters

Jan Topic de 40 anos é formado em Economia pela Universidade da Pensilvânia e possui mestrado em Finanças pela Escola de Economia de Londres, além de ter feito cursos de extensão em Harvard sobre segurança internacional.

Topic é candidato pela “Aliança por um País Sem Medo” e se apresenta como especialista em segurança. O economista possui cidadania francesa e foi soldado do Exército da França em missões na Costa do Marfim, Síria e Eritreia.

Ele opta por uma retórica considerada linha-dura e defende a construção de mais presídios no Equador, imitando o estilo do presidente de El-Salvador, Nayib Bukele, com o intuito de reprimir o crime organizado no Equador.

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Christian Zurita

O jornalista Christian Zurita substituiu Fernando Villavicencio como candidato do partido centrista “Construir”, após o assassinato de Villavicencio no dia 9 de agosto de 2023 Foto: Dolores Ochoa / AP

O jornalista Christian Zurita substituiu Fernando Villavicencio como candidato do partido centrista “Construir”, após o assassinato de Villavicencio no dia 9 de agosto de 2023. A plataforma de Villavicencio era focada no combate a corrupção e o narcotráfico.

Zurita foi um colaborador próximo de Villavicencio quando, como jornalistas, revelaram casos de corrupção durante o mandato de Correa. Em uma das investigações, revelaram que Correa havia feito acordos com empresários para receber apoio financeiro em suas campanhas em troca de concessão de contratos estatais. O ex-presidente, que nega essas acusações

Também colocaram o sucessor de Correa, Lenín Moreno, que governou o país entre 2017 e 2021, em apuros por seu suposto envolvimento em uma rede de corrupção relacionada a uma usina hidrelétrica, um caso que ainda não foi julgado.

Devido à sua estreita relação com Villavicencio, Zurita considerou-se o sucessor adequado para continuar sua luta. “Não fazê-lo (substituí-lo) teria sido trair sua luta, trair seu nome”, expressou. A mãe de Villavicencio, Gloria Valencia, deu sua aprovação: “Christian Zurita é o único que pode ocupar o lugar do meu filho”, comentou ao jornal El Universo./AP e AFP

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