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O papel dos Estados ‘swing’ nas eleições dos EUA: por que são decisivos?

O resultado das eleições nesses Estados pode pender para qualquer um dos candidatos, o que os transforma em campos de batalha disputados

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Por Redação

Donald Trump e Kamala Harris correm atrás de pelo menos 270 votos do colégio eleitoral para conquistarem a Casa Branca no dia 5 de novembro. E o resultado da corrida dependerá dos eleitores de Estados que permanecerem indecisos, os chamados “swing-states” ou Estados-pêndulo.

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Tais Estados são chamados assim porque costumam não apresentar uma tradição de voto, variando entre republicanos e democratas a cada ciclo eleitoral. São diferentes, portanto, de Estados como Nova York, que é fielmente democrata, e do Texas, que sempre dá votos a republicanos.

Isso acontece porque esses Estados decisivos têm populações que são politicamente muito divididas e, dessa maneira, acabam sendo aqueles onde a disputa de votos é mais acirrada e imprevisível. O resultado das eleições nesses locais pode pender para qualquer um dos candidatos, o que os transforma em campos de batalha decisivos.

Donald Trump e Kamala Harris correm atrás de, pelo menos, 270 votos do colégio eleitoral para conquistarem a Casa Branca no próximo 5 de novembro. Foto: AP Photo/Stephanie Scarbrough

Por que são decisivos?

O sistema eleitoral dos EUA, baseado no voto indireto por meio de colégio eleitoral, torna os Estados “swing” cruciais para a vitória. No modelo de “winner-takes-all” adotado pela maioria dos Estados, quem vence a maioria dos votos populares em um Estado leva todos os seus votos eleitorais. Assim, candidatos que consigam conquistar Estados indecisos acumulam mais votos no Colégio Eleitoral, independentemente da margem de vitória.

Devido à sua importância, esses Estados recebem uma atenção desproporcional durante as campanhas presidenciais. Os candidatos investem grande parte de seus recursos e tempo nesses locais, promovendo comícios, anúncios e estratégias específicas para atrair os eleitores indecisos, já que eles podem mudar o resultado nacional.

Em 2016, por exemplo, Donald Trump conquistou os estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin por margens mínimas, mas esses três foram cruciais para sua vitória no Colégio Eleitoral, mesmo ele perdendo o voto popular em nível nacional.

Da mesma forma, na eleição presidencial de 2000 entre o democrata Al Gore e o republicano George W. Bush, o resultado final foi decidido no Estado da Flórida, que na época era um dos mais competitivos.

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Após uma recontagem controversa e disputas judiciais que foram parar na Suprema Corte dos EUA, George W. Bush foi declarado vencedor na Flórida por uma margem de apenas 537 votos, levando todos os 25 votos eleitorais do Estado. Com isso, ele alcançou 271 votos no Colégio Eleitoral, superando Al Gore, que havia vencido o voto popular em nível nacional.

Já nas últimas eleições, em 2020, foram os 20 votos da Pensilvânia que ajudaram Joe Biden a fica acima dos 270 votos necessários.

Quais são os Estados-pêndulo?

Os estados “swing” não são sempre os mesmos em todas as eleições. Mudanças demográficas, econômicas e sociais podem alterar a inclinação política de um estado ao longo do tempo. Flórida, por exemplo, foi um Estado decisivo há várias décadas devido ao seu crescimento populacional e composição diversificada, mas se tornou progressivamente republicano. Estados como Geórgia e Arizona, tradicionalmente republicanos, se tornaram mais competitivos nos últimos ciclos eleitorais, destacando a dinâmica de mudança que caracteriza o cenário político dos EUA.

De acordo com o último relatório do Cook Political, Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin são os Estados em jogo nesta disputa eleitoral. Juntos, esses Estados somam 93 dos 538 votos do colégio eleitoral — um número que pode mudar radicalmente qualquer cenário na busca pelos 270 votos.

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