Eleições na Argentina: Milei provoca alvoroço ao ir votar; Massa e Bullrich também votaram

‘Argentinos são intensos’, diz eleitora do libertário, que reuniu multidão ao votar no bairro de Palermo, em Buenos Aires

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Foto do author Carolina Marins
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES, ARGENTINA – O candidato libertário à presidência da Argentina Javier Milei votou neste domingo, 22, aos sons de parabéns e em meio ao intenso alvoroço provocado por seus apoiadores na entrada da Universidade Tecnológica Nacional, em Palermo. Favorito nessas eleições, dezenas de pessoas se mobilizaram para acompanhar a passagem do candidato, que forçou a polícia a criar um corredor de proteção ao candidato e paralisando o trânsito nas regiões de Palermo momentaneamente.

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O candidato libertário, que tem entre suas promessas a dolarização da economia e o rompimento de relações com a China e o Brasil. “Não só não farei negócios com a China, como não farei negócios com nenhum comunista. Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não se enquadram nisso, nem os chineses, nem Putin, nem Lula”, falou Milei em agosto ao jornalista americano Tucker Carlson.

Emilys Tamiche, 27, votou mais cedo e um colégio eleitoral próximo e se apressou a ir ver Milei perto do meio dia. O candidato, porém, atrasou quase uma hora, indo votar quase ao mesmo tempo que sua rival, Patricia Bullrich, havia programado ir ali perto.

Emilys foi com o cachorrinho, Ferdinando, para ver o libertário, mas mal conseguiu chegar perto. O mar de gente, entre apoiadores, curiosos e jornalistas, a deixou receosa de se aproximar com o cão. De origem venezuelana, ela conta que nunca tinha visto um fenômeno como o que provoca Milei nos jovens.

Emilys Tamiche, 27, foi com o cachorrinho para ver o libertário na entrada da Universidade Tecnológica Nacional, em Palermo, mas mal conseguiu chegar perto. Foto: Carolina Marins/Estadão

“Eu sinto que os argentinos têm uma paixão maior, eles são intensos” afirma. “Isso me lembra quando Chávez ganhou a presidência, também movimentou um monte de gente nas ruas. Mas isso é diferente, existe um sentimento distinto.”

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As esquinas da rua Medrano lotaram de jovens que estavam ali só para ver Milei. Muitos ainda não tinham idade para votar e estavam acompanhados de suas mães preocupadas. Muitas crianças corriam na expectativa de ver o “peluca”, seu apelido, e ficavam eufóricas ao mínimo movimento de que poderia estar se aproximando o candidato.

Milei vota no bairro de Palermo, em Buenos Aires Foto: AP / AP

Pessoas mais idosas acompanhavam a situação com curiosidade, rindo do entusiasmo dos mais jovens. Quando Milei de fato chegou, alguns se assustaram com a multidão que rodeou o carro. “Isso é demais”, comentou um senhor que tentava sair do meio da multidão.

Quando o candidato saiu do veículo que o trazia, em meio a um cordão formado por seus seguranças e a polícia da cidade de Buenos Aires, seus apoiadores começaram a cantar “parabéns”, já que hoje é o aniversário de 53 anos do libertário.

Priscila Vallejos Alegre, 19, estava ali com sua amiga para ver o candidato. Esta é a primeira vez que vota e escolheu Milei por propor algo diferente. “Eu já vivi nos governos anteriores e nada deu certo, por isso que eu escolho o Milei, ele propõe algo diferente”.

Milei acena para jornalistas antes de depositar seu voto em um colégio do bairro de Palermo, em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko / AP

Ali perto, Bullrich votou por volta de 13h, na Sociedade Rural, também na região de Palermo. Ela votou rapidamente, em contraste com as primárias em que a candidata levou mais de 10 minutos para emitir seu voto por dificuldades com o sistema.

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O candidato do governo, Sergio Massa, votou mais cedo em sua cidade e reduto eleitoral, Tigre. Ali, ele afirmou que quem assumir em 10 de dezembro como novo presidente “terá inúmeros problemas para resolver”. Em suas redes, disse que o país precisa de previsibilidade.

O presidente Alberto Fernández votou pela manhã em Buenos Aires. Fernández frisou que foi feito o necessário para que o processo eleitoral decorresse em paz. Sobre suas expectativas para o futuro da Argentina, o presidente afirmou: “Estamos em uma democracia. O que resolve o povo é o que resolve o povo.”

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