ENVIADA ESPECIAL / BOGOTÁ - Com os candidatos longe das ruas, as redes sociais ganharam espaço na reta final da eleição na Colômbia. O conservador Rodolfo Hernández não participa mais de eventos de campanha, mas continua realizando encontros em casa e reuniões virtuais. O esquerdista Gustavo Petro também adotou a estratégia de promover eventos pequenos e priorizar a campanha online.
Em uma eleição polarizada, a campanha online curiosamente desbancou os grandes comícios como meio mais eficaz de atrair eleitores, especialmente os indecisos, no segundo turno das eleições presidenciais de domingo.
Petro e Hernández não abandonaram completamente os eventos presenciais, mas apostam em encontros discretos, de baixa audiência, enquanto suas equipes trabalham para manter as redes sociais ativas, onde divulgam ideias e propostas por meio de mensagens curtas e vídeos criativos.
Eleições na Colômbia
Na segunda-feira, Petro esteve em Yopal, no Departamento de Casanare, visitando uma produção de gado. Ontem, ele passou o dia gravando conteúdo promocional para a reta final da campanha e compartilhou uma foto da mulher, Verónica Alcocer, e de duas filhas, que estavam ao lado de sua candidata a vice, Francia Márquez. À noite, ele faria um pronunciamento online.
Na segunda-feira, Hernández recebeu em sua casa de campo, em Piedecuesta, jovens empresários do setor para debater a massificação das ferramentas digitais. “O Engenheiro”, como é conhecido o candidato, também compartilhou imagens do encontro em suas redes sociais, incluindo fotos de todos na piscina.
Ontem, foi a vez de ele movimentar sua conta no Twitter. “Faltam seis dias para remover todos aqueles políticos corruptos que estão no governo há anos”, escreveu Hernández, também apelidado de “Rei do Tik Tok”.
Com a campanha chegando ao fim e os dois candidatos empatados nas pesquisas, as redes sociais se tornam um terreno fértil para outra estratégia eleitoral: as fake news.
”As redes sociais são uma vantagem que traz a desvantagem das notícias falsas”, disse à agência EFE Germán Camilo Prieto, professor da Pontifícia Universidade Javeriana, de Bogotá. “Na reta final, essa foi a ferramenta a que os candidatos recorreram, entre outras coisas, porque Hernández não quis participar de debates e praticamente forçou Petro a usar também as redes sociais para divulgar suas políticas.”
Sem a participação direta dos candidatos, a movimentação nas ruas ficou restrita a partidários que organizam eventos fora da agenda oficial. Em Bogotá, seguidores de Petro se reuniram perto de uma passarela na entrada do bairro de Lucero, no sul da capital. Enquanto rappers, dançarinos, artistas de circo e grafiteiros se apresentavam, folders de Petro eram distribuídos às pessoas que passavam pelo local. / COM EFE
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