Em alta após eleições, Macri promete reformas econômicas na Argentina

Presidente disse que é necessário manter a austeridade das contas públicas, reduzir impostos, lutar contra a inflação e a pobreza, além de reduzir o déficit fiscal, mas não fez nenhum anúncio de como alcançar essas metas

BUENOS AIRES  - Fortalecido pelo bom resultado de seu partido, o Cambiemos, na eleição legislativa deste mês, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, propôs nesta segunda-feira, 30, uma série de reformas econômicas a empresários, políticos e sindicalistas. Segundo ele, os projetos têm como objetivo melhorar a criação de empregos e a situação fiscal do país. 

PUBLICIDADE

+Macrismo avança em redutos pobres de DNA peronista

Macri disse que é necessário manter a austeridade das contas públicas, reduzir impostos, lutar contra a inflação e a pobreza, além de reduzir o déficit fiscal, mas não fez nenhum anúncio de como alcançar essas metas. “As propostas concretas serão divulgadas na próxima semana”, disse o presidente. 

O presidente apenas disse que as reformas terão três eixos: responsabilidade iscal, emprego e qualidade institucional.Apesar do aumento da bancada, o Cambiemos ainda precisa aliar-se ao peronismo para aprovar projetos de lei.

Mauricio Macri afirmou que nas eleições legislativas"não ganhou um grupo de candidatos, nem um partido, senão a certeza de que se pode mudar a história para sempre" Foto: AFP PHOTO / MAXIMILIANO LUNA

Em reação ao projeto, movimentos sociais protestaram em Buenos Aires e pediram quegoverno cumpra uma lei de emergência econômica que prevê o aumento de subsídios a setores mais pobres. 

“Queremos políticas de Estado, mas em nenhum momentos aceitaremos perdas de direitos básicos dos trabalhadores”, disse o líder sindical Héctor Daer, da Confederação Gera dos Trabalhadores (CGT), o principal sindicato argentino.  “Esse debate tem excluído os movimentos sociais”, acusou Juan Grabois, um dos líderes das manifestações. 

+ Lourival Sant'Anna: a nova Argentina

Publicidade

Macri tem o apoio do mercado financeiro, dos Estados Unidos e da União Europeia para as reformas, um passo além do que ele tem feito desde a posse. 

Ao assumir, ele liberou o câmbio, que era controlado na gestão da ex-presidente Cristina Kirchner. A inflação aumentou e o consumo desabou. O presidente também chegou a um acordo com os chamados “fundos abutres”, que detinham parte da dívida externa do país. Ele também retirou os pesados subsídios das tarifas públicas, que subiram entre 400% e 1000%. /AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.