LIMA - O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou a troca dos ministros de Defesa e Transportes e Comunicações nesta sexta-feira, 23. Em cerimônia surpresa no Palácio de Governo, comunicada minutos antes do ato, o chefe de Estado empossou o ex-militar da Força Aérea do Peru (FAP) Daniel Barragán como novo ministro da Defesa, no lugar do militar Richard Tineo Quispe, que havia assumido o cargo em 24 de agosto e hoje foi nomeado novo ministro de Transportes e Comunicações.
Essa mais recente troca de cadeiras se soma às quase 70 mudanças realizadas nos ministérios em 14 meses da gestão atual. Em menos de dois meses, esta é a terceira alteração na equipe ministerial. Em 5 e 24 de agosto, foram feitas modificações em seis e três ministérios, respectivamente, incluindo os de Economia e Relações Exteriores. Desde fevereiro, o primeiro-ministro Aníbal Torres chefia o quarto gabinete nomeado por Castillo desde que assumiu a presidência em julho do ano passado.
Para Barragán, que atuará agora como chefe da Defesa, um dos principais desafios será continuar a ofensiva contra os últimos remanescentes do Sendero Luminoso, um grupo considerado terrorista que se refugiou no vale dos rios Apurímaque, Ene e Mantaro. Em agosto, cerca de 15 membros da organização foram mortos durante uma operação militar, da qual o líder Victor Quispe Palomino, vulgo ‘Camarada José’, conseguiu escapar.
Já Tineo passou a comandar o Ministério dos Transportes e Comunicações, substituindo o ex-ministro Geiner Alvarado, que foi destituído pelo Congresso, na semana passada, por supostamente fazer parte de uma rede corrupta no governo Castillo. Nesta sexta-feira, inclusive, o Poder Judiciário proibiu Alvarado de sair do país pelos próximos 36 meses. Ele é investigado pela suspeita de ter realizado licitações fraudulentas para obras públicas na época em que era ministro da Habitação. De acordo com as investigações, esse episódio teria ocorrido sob liderança do presidente Castillo, que também está sendo investigado preliminarmente pelo Ministério Público neste caso. /EFE
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