Em entrevista, Maduro diz que está aberto a negociar com os Estados Unidos

Presidente venezuelano disse ao The Washington Post que mantém controle do país e pediu fim das sanções americanas

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Por Redação
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WASHINGTON - Em uma entrevista publicada neste sábado, 18, no The Washington Post, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que permanece confortavelmente em sua posição e que está aberto a negociações diretas com os Estados Unidos. Esta é a primeira entrevista de Maduro para um importante meio de comunicação americano desde fevereiro do ano passado, quando expulsou abruptamente todos os jornalistas da Univision da Venezuela.

Nicolás Maduro discursa na Assembleia Nacional Constituinte Foto: EFE/ Rayner Pe

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"Se houver respeito entre os governos, não importa o tamanho dos Estados Unidos, e se houver um diálogo, uma troca de informações verdadeira, tenha certeza de que podemos criar um novo tipo de relacionamento", disse Maduro. O líder socialista afirmou que está pronto para negociar com Washington o fim das sanções impostas pelo presidente Donald Trump com a intenção de sufocar a indústria petrolífera venezuelana e forçar Maduro a deixar o poder.

Maduro disse que, caso Trump suspenda as sanções, as empresas de petróleo dos EUA poderão se beneficiar muito do petróleo da Venezuela. "Uma relação de respeito e diálogo traz uma situação em que todos ganham. Uma relação de confronto traz uma situação em que todos perdem. Essa é a fórmula", afirmou Maduro.

Os Estados Unidos, juntamente com mais de 50 países, reconhecem o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino legítimo da Venezuela. Guaidó pediu a realização de novas eleições presidenciais, alegando que Maduro é um presidente "ilegítimo" porque sua reeleição em 2018 foi contaminada por fraude.

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A Venezuela está passando pela pior crise social e econômica de sua história recente. Segundo a ONU, 4,5 milhões de venezuelanos deixaram seu país desde o final de 2015. Mas, apesar da catástrofe humanitária e das duras sanções dos EUA, Maduro mantém o poder com o apoio dos militares, além de Rússia, China e Cuba.

Na entrevista ao Post, o presidente venezuelano também expressou sua disposição de falar com Guaidó, mas pareceu rejeitar a principal reivindicação de seu oponente: sua renúncia. A Noruega intermediou conversações entre os representantes de Maduro e Guaidó, mas as reuniões foram interrompidas em agosto.

No início deste mês, os Estados Unidos apoiaram o andamento de negociações na Venezuela e disseram que as conversas podem estabelecer um governo de transição, levar a novas eleições e acabar com a crise política que afeta o país. / AFP