NAIPIDAU - A Junta Militar de Mianmar decretou nesta segunda-feira, 8, a proibição de manifestações contra o governo impondo um toque de recolher na duas maiores cidades do país, Yangon e Mandalai. Os militares tomaram o poder depois de não aceitar a derrota eleitoral em uma disputa que ocorreu em novembro e que deu uma ampla margem de votos aos civis.
As medidas restritivas vieram depois de um grande protesto na capital, Naipidau, cidade construída pelos militares para ser a sede do governo e habitada quase toda por funcionários públicos e seus parentes – o que mostraria o nível de insatisfação com a Junta Militar. O ato foi reprimido com canhões de água e os agentes de segurança ameaçaram atirar contra a população. Outras cidades do país registraram manifestações nesta segunda-feira.
Conforme as ordens baixadas ontem pelos militares, estão vetadas reuniões com mais de cinco pessoas e carreatas. Em Yangon e Mandalai, o toque de recolher passou a vigorar nesta segunda-feira e vale das 20 horas às 4 horas, onde são registradas as maiores manifestações de contra o golpe de Estado promovido pelos militares na semana passada.
Nesta segunda-feira, manifestantes se reuniram em um cruzamento no centro da cidade levantando saudações com três dedos – um símbolo de resistência – e carregando cartazes escritos dizendo: “Rejeite o golpe militar” e “Justiça para Mianmar”. Houve atos em pelo menos outras cinco cidades. A crescente onda de protestos – particularmente em Naipidau, onde manifestações de rua são incomuns – chama a atenção em um país cujos governos militares costumam reprimir com violência os dissidentes.
“Não queremos a junta militar”, disse Daw Moe, um manifestante em Yangon. “Nós nunca quisemos esta Junta. Ninguém quer isso. Todas as pessoas estão prontas para lutar contra eles.” / AP
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