Em nova rodada de pressão contra Rússia, EUA anunciam sanções e G-7 promete vetar petróleo

Em demonstração de solidariedade do Ocidente, primeira-dama americana e premiê do Canadá fazem visitas não anunciadas à Ucrânia e Bono canta no metrô de Kiev

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Por Redação
Atualização:

O governo dos EUA anunciou neste domingo, 8, sanções a diferentes pessoas e instituições da Rússia, entre elas, 27 diretores do banco Gazprombank, as emissoras de televisão Channel One, Rossiya e NTV, e a empresa de armas Promtekhnologiya, em resposta à invasão da Ucrânia. O Reino Unido também anunciou novas sanções.

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O anúncio foi feito após a Casa Branca comunicar que os líderes do grupo dos sete países mais industrializados, o G-7, se comprometerem a proibir ou eliminar gradualmente as importações de petróleo russo. Esse compromisso foi acertado durante a reunião por videoconferência que teve a participação do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.

Um funcionário do alto escalão do governo americano disse à imprensa que as sanções americanas contra os diretores do Gazprombank buscam dar um aviso à instituição financeira, filial da companhia energética Gazprom, que é a única via autorizada pelo Kremlin para que os países da União Europeia façam pagamentos pelo gás russo.

A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska (E), conversa com Jill Biden (D), mulher do presidente americano, que fez uma visita não anunciada a uma escola na Ucrânia, em Uzhhorod, em 8 de maio. Foto: Susan Walsh/AFP  Foto: SUSAN WALSH / AFP

Contudo, como as medidas de penalização não se dirigem ao banco em si, mas aos seus diretores, os integrantes do bloco poderão seguir fazendo transações com a Rússia, segundo a fonte.

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Washington também adotou sanções contra oito membros da cúpula do Sberbank, o mais importante entre os russos, que representa 37% do sistema financeiro local, já que tinha sido alvo de medidas dos EUA. Como resultado das ações adotadas hoje, ficam revogados os vistos que poderiam ter para entrar nos EUA os indivíduos alvo das sanções.

Ao todo, a Casa Branca adotou medidas similares contra 2,6 mil pessoas, que fazem parte da elite russa ou integrantes do governo da Rússia e de Belarus, que, supostamente, teriam ajudado a realizar ataques contra a soberania da Ucrânia ou violaram os direitos humanos.

O governo americano também impôs sanções a três emissoras de TV, Channel One, Rossiya e NTV, esta última, propriedade do grupo de comunicação Gazprom-Media, que é subsidiário da Gazprom. Os EUA acusam os meios de comunicação de terem se tornado parte da “máquina de propaganda” do presidente russo, Vladimir Putin.

As três emissoras ficam proibidas de adquirir tecnologia que precisam para fazer transmissões, como câmeras e microfones fabricados nos EUA, até equipes de som e sistemas de iluminação.

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Além disso, Washington anunciou sanções contra a Promtekhnologiya, empresa que produz rifles e outras armas usadas pelas tropas russas na Ucrânia, assim como contra sete companhias de navegação, que possuem e operam 69 navios e uma empresa de reboque marítimo. As sanções entrarão em vigor entre hoje e amanhã, segundo explicou uma fonte da Casa Branca.

O governo britânico também anunciou neste domingo um novo pacote de sanções comerciais contra a Rússia e Belarus pela invasão à Ucrânia, com proibições de exportação à indústria russa e tarifas mais altas.

As tarifas aumentarão em 35 pontos porcentuais, incluindo à platina e ao paládio (usados na indústria automobilística), enquanto as proibições à exportação miram em bens destinados aos setores manufatureiro e de máquinas pesadas da Rússia, como os plásticos e a borracha.

Resposta coordenada

O Ocidente até agora mostrou uma coordenação muito próxima em seus anúncios de sanções contra Moscou. No entanto, não está avançando no mesmo ritmo quando se trata de petróleo e gás russos.

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O texto acordado pelos líderes das nações que formam o G-7 - França, Alemanha, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido e EUA - não especifica os compromissos assumidos. “Isso implicará um duro golpe contra a principal artéria da economia de (Vladmir) Putin e impedirá a renda de que necessita para financiar sua guerra”, diz o comunicado.

Solidariedade

Em uma demonstração de solidariedade com a Ucrânia na véspera de um importante feriado militar russo, o Dia da Vitória, Jill Biden, a primeira-dama dos EUA, fez uma visita não anunciada ao oeste da Ucrânia neste domingo, horas antes do encontro do presidente Joe Biden com outros líderes do G-7. O líder do Canadá, Justin Trudeau, também fez uma visita sem aviso prévio, viajando para ver a devastação no subúrbio de Irpin, em Kiev.

Jill viajou à Romênia e Eslováquia para visitar os militares americanos enviados para os dois países, que são membros da Otan. Na ocasião, a primeira-dama dos EUA esteve com mulheres e crianças que fugiram da guerra.

Já Trudeau anunciou a entrega de novas armas e equipamentos para a Ucrânia, além de mais sanções a indivíduos e entidades russas. “Estamos entregando mais assistência militar, câmeras de drones, imagens de satélite, armas pequenas, munição e outros apoios, incluindo financiamento para operações de remoção de minas”, disse Trudeau. “E impusemos novas sanções a 40 pessoas e cinco entidades, oligarcas e associados próximos do regime de Putin.”

Os eventos serviram para demonstrar a profundidade do apoio à Ucrânia pelos EUA e outras nações diante da invasão da Rússia, em um dia em que as autoridades temem que dezenas de pessoas tenham sido mortas em um ataque aéreo russo que destruiu uma escola em um vilarejo em leste da Ucrânia, onde os combates se intensificaram.

Bono canta com o músico ucraniano Taras Topolya (D), que se juntou ao Exército de seu país, em uma estação de metrô de Kiev  Foto: Oleg Petrasyuk/EFE

Na sequência de visitas de famosos à Ucrânia neste domingo, o cantor irlandês Bono, líder da banda U2, foi, com o guitarrista The Edge, neste domingo, às cidades bombardeadas Borodyanka e Irpin e à vala comum em Bucha, símbolos das atrocidades da ocupação do Exército russo.

Antes da visita a essas três cidades, os músicos fizeram um pequeno show em uma estação do metrô de Kiev, do qual também participou o vocalista da banda ucraniana Antytila, Taras Topolya, que agora serve ao Exército da Ucrânia. /AFP, EFE e NYT

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